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Cientista japonesa é acusada de fraude em pesquisa sobre células-tronco

Segundo comitê de investigação, pesquisadora que criou células-tronco a partir de células maduras utilizou imagens e dados de estudos anteriores

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h13 - Publicado em 1 abr 2014, 19h23

Saudada como uma revolução na medicina regenerativa, a pesquisa da cientista japonesa Haruko Obokata, do Riken Centre for Developmental Biology, no Japão, pode não passar de uma fraude. A criadora de uma promissora técnica de transformação de células maduras em pluripotentes, isto é, em células-tronco (denominadas Stap), foi acusada nesta terça-feira de irregularidades no seu estudo e pode ser punida por um comitê montado para investigar seu trabalho, segundo publicação no site do Centre Riken.

Originalmente, a descoberta foi dividida em duas pesquisas e publicada em janeiro deste ano pela revista Nature. Segundo o estudo, a transformação das células maduras em pluripotentes foi feita pela estimulação das propriedades de defesa de células maduras, submetendo-as a um stress particular, que as faziam retornar a um estágio anterior, quase embrionário, sem passar por manipulações genéticas. Em outras palavras, elas viravam células-tronco.

Agora, a pesquisadora de 30 anos está sendo acusada de misturar imagens de diversas experiências e utilizar dados anteriores. “A professora Haruko Obokata atuou de uma forma que não pode ser permitida”, disse o comitê de investigação. Em comunicado divulgado online, o diretor da instituição, Masatoshi Takeichi, manifestou-se: “Eu peço sinceras desculpas por essa situação e vejo as descobertas do comitê com um profundo senso de responsabilidade”.

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Todo o processo de investigação começou logo depois da descoberta ser divulgada. Um dos coautores do estudo pediu a retirada dos resultados dos trabalhos, alegando que parte dos dados publicados era falsa, o que desencadeou um escândalo na comunidade científica. Em seguida, um comitê de investigação foi criado para analisar as falhas apontadas, como imagens manipuladas e cópias de outras pesquisas – e as fraudes foram confirmadas.

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As conclusões não necessariamente significam que as células Stap são meras invenções e nunca existiram. “Determinar se as células são possíveis ou não exige estudos adicionais que vão além das competências do comitê de investigação, que tinha como missão apenas determinar se aconteceram ou não irregularidades na tese que apresenta os resultados dos trabalhos”, explica um dos membros do comitê, o professor Shunsuke Ishii.

Células-tronco – As células-tronco embrionárias são importantes para a medicina regenerativa por serem capazes de se transformar em outros tipos de células do organismo. É uma esperança de cura para doenças como Alzheimer, Parkinson e diabetes, nas quais um determinado tipo de célula é danificado. Essas células são encontradas no corpo somente durante o desenvolvimento embrionário. Depois disso, elas se diferenciam e criam órgãos, por exemplo, e perdem a capacidade de gerar outros tipos de células.

(Com AFP)

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