Crianças da Rocinha que viram cadáveres aguardam protesto do MBL
O movimento, porém, ainda não conclamou o povo a lutar contra essa indecência, esse atentado à infância e à juventude
Na ida e na volta da escola, pequenos moradores da Rocinha passam por corpos de pessoas mortas na guerra do tráfico no Rio de Janeiro. Quando dão sorte, são vendadas pelas mães. O Movimento Brasil Livre (MBL), porém, ainda não conclamou o povo a lutar contra essa indecência, esse atentado à infância e à juventude brasileiras.
Para o sociólogo Antônio Martins, o fato de os cadáveres estarem cobertos — e não nus — talvez seja o motivo da falta de alarde por parte do movimento e de boa parte da classe média brasileira. “Se o corpo está vestido, está tudo bem, podem até mexer no pé que não há abuso ou trauma envolvidos”, analisa.
Publicado em VEJA de 18 de outubro de 2017, edição nº 2552