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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Em protesto, obra de Lygia Clark é apresentada fora da exposição

Filho da artista, Álvaro Clark diz que integrantes do MBL, que criticaram a mostra cultural, não entenderam o significado: 'Nunca vi nada parecido'

Por Paula Sperb
Atualizado em 13 set 2017, 15h37 - Publicado em 12 set 2017, 19h08

Fechada para visitação pelo Santander Cultural após críticas, a exposição “Queermuseu“, em Porto Alegre, deixou o interior do prédio para ocupar a Praça da Alfândega. Obras de Lygia Clark (1920-1988), artista brasileira mundialmente conhecida, foram retiradas do prédio e apresentadas ao público de cerca de 300 pessoas que protestava em frente ao museu na tarde desta terça-feira contra o encerramento da exposição.

A obra Cabeça Coletiva, de 1974, foi a primeira a aparecer. Logo, foi seguida de Eu e o Tu, de 1967, peça interativa em que duas pessoas vestem um macacão preto e exploram um ao outro por meio de toques. Esta última, que já passou por Paris e Frankfurt, foi alvo de ataques na capital gaúcha.

“Fiquei chateado porque a moça [Paula Cassol, coordenadora do Movimento Brasil Livre, que criticou a exposição] não entendeu e disse que a obra incentiva que as crianças toquem órgãos sexuais. Não é isso. São duas pessoas. Quando o homem abre o zíper da axila do outro, ele sente os pelos, é a sua axila que está ali no outro, não a da mulher. O mesmo corre quando a mulher explora a axila do outro, ela sente uma superfície lisa, é o feminino que ela explora”, disse a VEJA Álvaro Clark, filho da artista, que veio a capital gaúcha para o protesto. Segundo ele, que administra o legado da mãe, “Porto Alegre não está preparada” para receber esse tipo de obra, que nunca enfrentou problemas em outras cidades. “Nunca vi nada parecido”, disso o filho.

LGBT

Protesto contra fim da exposição teve presença de ativistas dos direitos LGBT (Itamar Aguiar, Agência preview/VEJA)

A manifestação teve a presença de um pequeno grupo crítico à exposição que pedia intervenção militar e causou tumulto. Mais tarde, um outro pequeno grupo de pessoas rezou e também se disse contrário à mostra cultural. A maioria das pessoas segurava cartazes a favor da liberdade de expressão e contra a censura. O protesto foi organizado por entidades em defesa dos direitos LGBT.

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“Queremos mostrar que aqui não é a província do atraso. O MBL lutava contra a corrupção, mas os políticos que eles apoiam estão todos ligados a escândalos. Eles estão sem pauta. O próprio Minsitério Público concluiu que não teve pedofilia nenhuma na exposição”, disse Luciano Victorino, do grupo Juntos.

Confusão no final do protesto

O protesto contra o fechamento da exposição foi pacífico até que um tumulto resultou em ação da Brigada Militar (a PM gaúcha). O conflito ocorreu depois que o blogueiro do MBL, Arthur Moledo do Val, que veio de São Paulo para participar do ato, precisou ser escoltado pela polícia para sair do local. Segundo o tenente-coronel Eduardo Amorim, a polícia jogou bomba de gás lacrimogêneo nos manifestantes porque foram atiradas pedras contra os militares. Dois homens foram detidos e assinaram um termo circunstanciado por desobediência e resistência e depois foram liberados.

O blogueiro paulistano já protagonizou outras polêmicas na capital gaúcha quando foi detido por tumultuar um protesto de servidores municipais e quando abordou a ex-candidata à presidência Luciana Genro (PSOL). A Justiça determinou que Do Val apague o vídeo em que aborda Genro e sua família.

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MBL

O MBL disse em entrevista nesta terça ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, com a presença da coordenadora estadual Paula Cassol e do blogueiro Arthur Do Val, também

ligado ao movimento, que não foi responsável pelos atos que ocorreram dentro do Santander com ataques aos visitantes e gravação de vídeos. O MBL, porém, apoia o boicote ao Santander, chama as obras de a pologia à pedofilia e zoofilia e é contra o financiamento público desse tipo de atividade.

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