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Deboche safadão: o rei do Carnaval baiano nos anos 1980

Como Luiz Caldas dominou a cena musical baiana e revolucionou o Carnaval

Por Da redação
10 jun 2017, 00h13
Capa de VEJA de março de 1987
Capa de VEJA de março de 1987. Clique para ler a reportagem no Acervo Digital (Reprodução/VEJA)

Reportagem de VEJA desta semana mostra a rotina do cearense Wesley Oliveira da Silva, o Wesley Safadão. Ao contrário do que o nome possa sugerir, o cantor não se apresenta ostensivamente como um símbolo sexual: faz o gênero amigão malandro. Quando longe dos palcos – o que é raro, dada a agenda de trinta shows mensais –, Safadão revela-se um sujeito família e cristão. Há trinta anos, VEJA estampava em sua capa um fenômeno pop mais despudorado: Luiz Caldas, que falava em passar batom cor de violeta na boca e na bochecha (Fricote), fazer zum-zum na cama e gemer sem sentir dor (Haja Amor) e tira, tira, bota, bota (Lá vem o Guarda).

Chamou-se deboche o gênero popularizado por Caldas. “Depois de batizar a dança, deboche passou a significar, por extensão, uma música híbrida que tem como ingredientes o batuque negro da Bahia, o ritmo balançado da salsa, do merengue, do reggae e outros gêneros do Caribe, e as guitarras importadas do rock”, explicava a reportagem de VEJA de 4 de março de 1987.

Com Fricote e outros hits do deboche, o carnaval de Salvador experimentava sua mais importante renovação desde a invenção do trio elétrico, nos anos 1950. “Até o ano passado”, dizia a reportagem de VEJA, “o prato principal que os trinta trios da cidade ofereciam aos foliões que os seguem pelas ruas era o frevo, transmutado pelas guitarras num ritmo puladinho que se tornou o próprio símbolo do Carnaval baiano”. O fenômeno do deboche transformou a cena musical baiana e, por fim, brasileira, sob o rótulo de “axé music”, do qual Caldas é justamente considerado pioneiro.

“A Bahia retomou um processo de efervescência cultural através, sobretudo, dessa nova música”, avaliava em entrevista a VEJA Antonio Risério, estudioso da cultura baiana. “Luiz Caldas conseguiu fazer uma ponte entre o Carnaval e a música pop”, elogiava Gilberto Gil, apontando a perfeita união entre a música baiana e a caribenha. “Ele é um grande talento, bom instrumentista e soube reunir os elementos certos na música”, acrescentava Moraes Moreira. “Luiz Caldas é um retrato da riqueza musical do Brasil”, emendava Beth Carvalho.

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A VEJA, Caldas falava das origens do deboche: “Quando eu tocava apenas frevo nos trios, notava que nem o conjunto nem os foliões aguentavam pular por muito tempo sem relaxar por alguns minutos, e nesses momentos todos dançavam com mais swing, relaxando, de uma forma debochada, daí nasceu o deboche”.

A reportagem também narrava a suada trajetória de Caldas até o estrelato. “Nascido em Feira de Santana, filho de um vigilante rodoviário, ele chegou a tocar nas ruas de São Paulo para sobreviver, em 1974, quando sua mãe emigrou para o sul depois de se separar do marido. Na época, seu grande sonho era conseguir se apresentar no Programa Silvio Santos. Não conseguiu. De volta à Bahia, dedicou-se a imitar Michael Jackson em bailes do interior.” Com os anos, iniciou carreira de crooner e guitarrista. “Não há melhor escola do que tocar em bailes, pois tem-se que aprender a tocar de tudo”, dizia.

No auge do sucesso, Caldas ainda mantinha hábitos singelos, como jogar futebol, ver filmes de terror e ouvir sua coleção de música… clássica. “Em casa, só os clássicos me fazem a cabeça.”

Clique para ler a íntegra da reportagem de 4 de março de 1987

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