Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Por Blog
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Veneno da madrugada 3 – Por que pobre tem de financiar ator de teatro e salto com vara?

Esporte e cultura estão em pé de guerra (leiam abaixo) porque uma lei de incentivo aos esportes pode canibalizar as fontes de recurso da cultura, capitaneados pela Lei Rouanet. Artistas e esportistas mobilizaram os seus lobbies e estão em Brasília, na rua, na chuva e na fazenda (menos em casa de sapé, que ninguém é […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h54 - Publicado em 12 dez 2006, 06h21
Esporte e cultura estão em pé de guerra (leiam abaixo) porque uma lei de incentivo aos esportes pode canibalizar as fontes de recurso da cultura, capitaneados pela Lei Rouanet. Artistas e esportistas mobilizaram os seus lobbies e estão em Brasília, na rua, na chuva e na fazenda (menos em casa de sapé, que ninguém é de ferro) pedindo que haja um entendimento entre as áreas e, mais do que tudo, aumento no percentual da renúncia fiscal. Todo mundo quer mais grana.

O que eu acho? Sou contra subsídio até de feijão. Vê lá se vou defender dinheiro para pagar a prosopopéia dos artistas ou o suor dos nossos atletas. Como diz o bordão de um programa de rádio, “cada um co seus pobrema”. Estado não gera riqueza. Só confisca e consome uma porcentagem — imensa no Brasil — do que a sociedade produz. Renúncia fiscal significa que o dinheiro continuará a sair do bolso do consumidor (já que as empresas continuarão a pôr no preço final o quanto gastarão com os artistas ou com os saltadores com vara…), mas não será recolhido ao Estado, e sim doado para atores, palhaços, músicos, malabaristas, jogadores de voleibol, corredores…

Em suma: estamos dizendo, com leis como essas, que a dona Maricota miserável lá de Cabrobó da Serra tem a obrigação, vejam só, de financiar os delírios estético-libertários do Zé Celso Martinez Corrêa. Faz sentido. Como Diogo lembrou outro dia, o Brasil de Antonio Conselheiro, de certo modo, continua intacto. É um dever do pobre pagar para que artistas denunciem a uma platéia de ricos as condições miseráveis em que vivem os pobres. Como é que conseguimos fazer uma gente com tão pouca vergonha na cara, hein? Qual é o grande filme ou a peça de teatro seminal — sem trocadilho — da era da lei do incentivo?

Mas o mais curioso é que o “núcleo duro do miolo mole” vai dizer: “Tá vendo? A direita é fogo! A direita não quer dar dinheiro nem para a cultura!” Vejam que beleza esse esquerdismo cultural produz: a empresa deixa de pagar imposto, “investe” em teatro (e, em breve, em salto com vara) e põe a sua marca no espetáculo. Ou seja: faz propaganda com dinheiro público, apropriando-se do que é coletivo para benefício privado. Mas o direitista, como sabem, sou eu…

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.