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UM RELATO QUE DENUNCIA QUE O ENEM DE HADDAD É IRRESPONSÁVEL E FONTE DE INJUSTIÇA: O ALUNO DEPENDE DO ARBÍTRIO DE QUEM CORRIGE A PROVA, NÃO DA SUA COMPETÊNCIA

Fernando Haddad transformou o Enem numa fonte de injustiça. Por quê? Em vez de critérios objetivos para medir competências, têm-se o caminho aberto para o arbítrio. O relato abaixo, enviado por um professor convidado a corrigir as redações — que têm peso importantíssimo no exame —, dá conta de como as coisas são feitas. O […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 16h00 - Publicado em 1 fev 2010, 15h16

Fernando Haddad transformou o Enem numa fonte de injustiça. Por quê? Em vez de critérios objetivos para medir competências, têm-se o caminho aberto para o arbítrio. O relato abaixo, enviado por um professor convidado a corrigir as redações — que têm peso importantíssimo no exame —, dá conta de como as coisas são feitas. O vestibular tradicional pode não ser o melhor meio para selecionar os alunos que ingressam nas universidades mais concorridas, mas há que se admitir: ele  seleciona os que sabem mais. O modelo de Haddad seleciona os que têm mais… sorte! Segue o relato.

Olá, Reinaldo, sou professor de Língua Portuguesa e, por diversos motivos, gostaria de não me identificar. Bom, a questão é a seguinte: no mês de outubro do ano passado recebi o telefonema de uma moça, uma das coordenadoras do ENEM, convidando-me a participar da equipe de correção das redações. Como já havia trabalhado como corretor de alguns vestibulares, e o período de correções coincidisse com o meu período de férias, aceitei o convite.

Assim, fui informado que a partir do final do mês de novembro os professores convidados seriam convocados para um treinamento com a finalidade de ajustar os critérios que seriam utilizados na realização do trabalho. O mês de novembro passou sem que recebêssemos qualquer mensagem da coordenação, que só nos procurou, através de e-mail, em meados de dezembro, para nos enviar a senha de acesso ao sistema que nos disponibilizaria os textos grafados pelos candidatos em versões digitalizadas e um documento de duas páginas explicando como lidar com o sistema e como dar notas aos textos.

O que eu quero mostrar com este relato é que toda a correção das provas de redação de um processo seletivo que se quer norteador, assim como eles dizem, da transformação do Ensino Médio ocorreu de modo apressado, amador e irresponsável, uma vez que só estive com a coordenadora em apenas um momento – encontramo-nos rapidamente para que eu entregasse a comprovação de que eu era de fato um professor de Língua Portuguesa -, o restante do breve contato foi todo realizado por telefone e e-mail.

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É importante notar aqui que não houve um processo seletivo capaz de verificar a capacidade de realização do serviço por parte dos selecionados (fui indicado por um amigo e não precisei apresentar nenhuma comprovação de que já havia feito isso antes), não houve um pólo de concentração dos corretores, nem discussões esclarecedoras a respeito dos critérios que deveriam ser aplicados, nem um boletim periódico indicando se o serviço prestado estava de acordo com os critérios estabelecidos, nem ao menos algum tipo de fiscalização a fim de confirmar se as redações estavam sendo de fato corrigidas pelas pessoas inscritas para corrigi-las. O manual de instruções para aplicação das notas é um capítulo à parte que eu não tenho como explicá-lo em função do pouco espaço disponível para este texto.

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Quando os jornais pararem de fazer politicagem com enchentes, talvez se interessem por essa bobagem.

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