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Que Delcídio, então, seja cassado e leve com ele “metade do Senado”. A nação agradece!

Senador teria ameaçado muitos de seus pares caso venha a perder o mandato. Se é assim, resta-nos torcer por esse desfecho, certo?

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h29 - Publicado em 22 fev 2016, 04h29

Como sabemos, atendendo a argumentação da defesa, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deu parecer favorável à libertação do senador Delcídio do Amaral (PT-MS), que passou para o regime de prisão domiciliar. Ele poderá retornar ao Senado. O mais provável é que o faça para, em seguida, tirar uma licença.

Delcídio já foi denunciado ao Conselho de Ética do Senado, e o processo que pede a sua cassação foi aberto. O relator é Ataídes Oliveira (PSDB-TO). É praticamente certo que vá recomendar a cassação do mandato. E aí está o busílis.

Segundo informa reportagem da Folha desta segunda, quando ainda estava preso, Delcídio teria afirmado o seguinte: “Se me cassarem, levo metade do Senado comigo”.

É mesmo?

Eu só lido com a lógica, certo? Se Delcídio disse isso, é evidente que:
a: está afirmando que outros cometeram o mesmo delito que ele ou de mesma natureza;
b: se os outros mereceriam ser cassados em razão disso, então é evidente que ele próprio julga haver motivos para que o cassem;
c: se diz que pode levar metade do Senado, não está tratando da sua inocência, mas da culpa de outros.

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Sendo assim, vamos ficar muito atentos para saber quem fica com Delcídio e quem a ele se opõe. Votos a seu favor estariam a indicar, então, que a raiz da decisão é o medo. Ou por outra: votar para não cassar Delcídio seria o mesmo que fazer uma confissão.

Não fica claro quem ele “levaria” — se só pessoas do seu partido ou se jogaria mesmo caca no ventilador e provocaria um esparramo.

Quando ele estava preso, havia um medo pânico no petismo de que fizesse um acordo de delação premiada. Não o fez. Os ânimos se acalmaram um pouco. Não quer dizer que o nervosismo não possa voltar.

Se o senador for cassado — e a situação política dele é muito difícil —, perde o foro especial por prerrogativa de função, e seu caso vai lá para a 13ª Vara Federal de Curitiba, aos cuidados do juiz Sergio Moro.

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Delcídio foi preso porque, numa gravação feita pelo filho de Nestor Cerveró, traça um plano de fuga para o ex-diretor da Petrobras, sugerindo que teria como interferir no Supremo em favor da concessão de um habeas corpus que libertasse Cerveró, possibilitando a fuga.

Mas não e só isso. O delator Fernando Baiano diz que ele recebeu US$ 1,5 milhão de propina com a operação de compra da refinaria de Pasadena e que integra um grupo de políticos que levou US$ 6 milhões em razão do contrato de um navio-sonda.

Se é como informa a Folha, então nos resta torcer para que tudo se dê no melhor interesse do Brasil:
a: que ele seja cassado;
b: que ele leve metade do Senado com ele — se essa metade tiver culpa no cartório.

Uma coisa é certa: tendo mesmo existido tal fala, não se trata do discurso de um inocente, mas de quem não aceita ser o único culpado.

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