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PROVOCAÇÃO – Dilma e Lula se reúnem no Alvorada, no jantar dos afogados. É o pânico!

Além de se encontrar com a presidente da República, Lula, o que se pensa dono do Brasil e do povo, também fará reunião com Renan Calheiros (PMDB-AL), investigado em apenas seis inquéritos da Lava Jato

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h20 - Publicado em 8 mar 2016, 22h03

Agora eles perderam de vez o senso de decoro, de ridículo, de tudo. Não há mais distinção entre o governo, o PT e investigados da Operação Lava Jato. Tudo, como disse o poeta, se estreita num abraço insano. A presidente Dilma Rousseff janta nesta terça, no Palácio da Alvorada, com Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou em Brasília. É o pânico chegando. Colaboração de ex-secretária da Odebrecht pode ser a bala de prata contra Dilma. Já chego lá.

Ninguém esconde o motivo da reunião: vão estabelecer uma estratégia para enfrentar a Lava Jato. Não sou bobo. Sei como as coisas funcionam. Lula e Dilma estão juntos. Desde 2003, um não pode alegar inocência sobre as atitudes do outro. Mais ainda a partir do momento em que ele a fez candidata à sua sucessão.

Se a Lava Jato atinge a dupla, é razoável que conversem. Para isso, existem os interlocutores. Que façam esse meio-campo. Quando Dilma recebe um investigado em Palácio para traçar uma estratégia comum de enfrentamento da Justiça e do Ministério Público, parece-me evidente que está subordinado o seu governo a uma questão que é, de fato, de Polícia.

Está, ademais, agredindo o decoro.

Mas o dono do Brasil não está lá para falar só com a presidente da República. Também o presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), vai conservar com o Poderoso Chefão. A prevalecer o voto já dado pelo Supremo, a Casa pode barrar o impeachment se quiser sem nem submeter a questão ao plenário. Uma simples comissão se encarregaria disso.

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Eis Lula, pego, como de hábito (mas, antes, poucos percebiam), descumprindo a palavra. Na sexta-feira, no discurso em que posou de herói da resistência, anunciou que cairia nos braços dos militantes: petistas, cutistas, emessetistas etc.

Na terça, lá está ele para uma conversa ao pé do ouvido com Dilma e com Renan Calheiros. Como se nota, o homem vai à militância, mas só depois de ter passado pelos respectivos chefes de Dois Poderes: Executivo e Legislativo.

O escândalo é de tal ordem que, na segunda, Lula fez uma reunião de emergência com o comando do Instituto que leva  seu nome. Estavam presentes Paulo Okamotto e o ex-ministro da extinta Secretaria-Geral da Presidência Luiz Dulci. Até aí, bem. Ambos estão envolvidos com a instituição. Ocorre que Edinho Silva, nada menos do que ministro da Comunicação Social, também participou do encontro. Ah, bem: ele é um investigado da Lava Jato.

Bala de prata
O pânico da hora é a possível delação de Maria Lúcia Tavares, ex-secretária da Odebrecht, responsável pela expedição de “acarajés”, que a Força Tarefa diz ser dinheiro da propina.

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Entre os destinatários dos acarajés está o “Feira”, que, afirma a Força Tarefa, é o marqueteiro João Santana. Recursos foram transferidos pouco antes e depois da eleição de 2014 — já, portanto, no curso desse mandato.

Se isso ficar evidenciado, a vaca vai para o brejo. Se, hoje, resta evidente, Dilma já não tem condições de governar, imaginem como será caso isso se verifique de fato.

Lula está em pior situação pessoal do que Dilma porque as acusações contra ele carregam componentes desmoralizantes, que remetem ao enriquecimento pessoal, mas é claro que os dois estão igualmente enrolados.

Dilma receber Lula em jantar, a esta altura, é um acinte, um escracho e uma provocação. Mas talvez não tenha sobrado mais nada a eles que o abraço de afogados.

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Que afundem e nos deixem livres de sua desagradável presença.

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