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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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PF com pinta de Robocop é herança do 1º governo Lula: caso Daslu

Eliana foi surpreendida, ainda de camisola, ao raiar do dia, em sua casa, com luzes, câmera e ação na sua cara. Os robocops estavam armados até os dentes

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 21 mar 2017, 05h07 - Publicado em 20 mar 2017, 16h57

Ora, ora…

Leio na Folha que integrantes da Carne Fraca defendem a operação e que ainda há provas sob sigilo.

Bem, é claro que são pessoas sem nome, não é?, que só aceitam falar em off. E vêm com a cascata de que “o tempo dirá”. Como é? Um ato destrambelhado corre o risco de fazer o país mergulhar numa crise sem precedentes num setor vital, e o que se diz é que o tempo vai esclarecer? Quem essa gente pensa que é?

Ademais, ainda que se comprovassem centenas de fraudes aqui e ali, qual é o papel do órgão investigador? Criar uma comoção no setor? Paralisar uma cadeia produtiva que, ademais, diz respeito a milhares de produtores e de trabalhadores?

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“Então não se faz nada em nome da economia do Brasil e dos empregos, Reinaldo Azevedo?” Ora, que bobagem! É claro que sim. Mas que se façam as coisas com decência e método. Sim, há “offs” para todo lado. Há profissionais de ponta da PF que estão furiosos com o amadorismo da turma.

Mas é preciso compreender a coisa no seu contexto. É preciso que fique claro que estamos diante de uma cultura, que não é recente.

Essa Polícia Federal midiática, que se paramenta de negro e sai por aí como Robocop, arregaçando com tudo, tem história. Começou no primeiro governo Lula, quando o ministro da Justiça era Márcio Thomas Bastos.

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Eu me lembro bem da prisão da empresária Eliana Tranchesi, que morreu em 2012. Era julho de 2005. Eu estava ainda no site e na revista Primeira Leitura. A VEJA só passou a hospedar meu blog em junho de 2006.

Pois bem: desde o primeiro momento, não tive a menor dúvida de que, com efeito, a Daslu de então recorria a artifícios criminosos para sonegar impostos. Isso ficou comprovado depois. Não há dúvida sobre o que aconteceu por lá. E eu aplaudi a PF e a Receita Federal pela operação.

Mas eu também censurei vivamente o espetáculo dado pela Polícia Federal. Eliana foi surpreendida, ainda de camisola, ao raiar do dia, em sua casa, com luzes, câmera e ação na sua cara. Os Robocops estavam armados até os dentes. Quem visse a coisa iria pensar que a mulher dispunha de um exército de mercenários para defendê-la.

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E eu me lembro de Lula a usar Eliana como exemplo. Disse algo assim: “Rico ou pobre, que todo mundo ande na linha, porque acabou esse negócio de só prender pobre, preto e puta no Brasil”. Pode não ter sido com tais palavras, mas esse era o sentido.

Lembro-me da reação rancorosa do petismo ainda dos primeiros anos de governo e de certo alarido que foi criado. Porque a Daslu havia sonegado? Não! Porque, afinal, via-se uma ricaça, que só vendia roupas para a Dona Zelite, ser conduzida coercitivamente à polícia e, depois, presa. Em 2008, já mais adiante, o ex-prefeito Celso Pitta foi preso em casa, de pijama, também numa grande operação, para a qual a imprensa havia sido previamente chamada.

Os trouxas que agora afirmam que mudei de posição sobre isso e aquilo deveriam procurar nos arquivos o que escrevi em todas essas circunstâncias. Apoiava, obviamente, as investigações e o rigor máximo, como faço com a Lava Jato, mas não os arreganhos autoritários porque, afinal, FULANO E FULANA são ricos e têm mais é de ser humilhados.

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Essa paixão da PF pelo espalhafato vem desse tempo; de um tempo em que o órgão serviu como uma espécie de Polícia Política do PT, como ficou evidente com a Operação Satiagraha, conduzida pelo notório delegado Protógenes, que depois se elegeu deputado federal pelo… PCdoB!!!

Até onde sei, os alinhamentos partidários por lá andam esmaecidos. Tomou corpo o sentimento de onipotência; de que tudo lhes convém e lhes é permitido, como não recomendava São Paulo, o Apóstolo, porque, afinal, junto com o Ministério Público, sua função seria depurar a política.

Se tiverem de quebrar o país para que isso aconteça, por que não?

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Afinal, este há de ser um país em que os ricos também choram. Poderíamos tentar eliminar os motivos que fazem chorar os pobres. Mas isso daria muito trabalho…

 

 


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