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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Pesquisa: Lula seria eleito hoje presidente. Viva a direita xucra

Trata-se de conquista de um dos três grandes partidos: o PAMPI (Partido do Ministério Público e da Imprensa). Lava Jato: o caminho mais caro entre dois PTs

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 16 fev 2017, 15h10 - Publicado em 15 fev 2017, 17h05

 

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Se a eleição fosse hoje, segundo pesquisa CNT, Luiz Inácio Lula da Silva venceria a disputa. E com folga. Os inocentes acham que o PT é carta fora do baralho. O partido não vai bem das pernas. Lula sempre foi outra coisa, e não percebê-lo constitui erro fatal, que se está cometendo de novo. Em 2002, ano em que o PSDB foi apeado do poder, foi assim. “Ah, mas Lula não será candidato porque condenado em segunda instância…” Pode ser! E que se cumpra a lei. Mas só um idiota ficaria feliz com o fato de um grupo de togados fazer pelo Brasil o que o povo não faria por si mesmo. Já chego aos números. Antes, eu vou falar dos meus vários, múltiplos e infindáveis acertos. Sim, eu estava certo. E aqueles que me atacaram nesse período, estavam errados.

É possível combater a corrupção e o crime sem desrespeitar a lei. E a Lava Jato desrespeita. Da forma como se dão as prisões preventivas, passando pelas entrevistas coletivas de procuradores a denunciar complôs inexistentes, chegando à indústria de vazamentos, tem-se o óbvio: o escárnio do estado de direito. E nada disso era e é necessário.

Essa herança de desrespeito pelo devido processo legal será aproveitada por governos vindouros — quem sabe pelo próprio Lula, não é? Como é mesmo? “Se todos são a mesma merda, por que não Lula?” Ou ainda: “Se todos são iguais, então Lula é melhor”. Até porque ele já foi testado e “funciona” — em inglês, a versão é precisa: Lula “works”. O verbo tem um sentido mais amplo e mais concreto do que o nosso “funcionar”. Sim, na vigência de seu mandarinato, a vida dos pobres melhorou. À custa de empenhar o futuro. Até aí, tadinho, quem advertia para isso era Reinaldo Azevedo… Que vivia debaixo de porrada.

Antes dos números, vou ainda mais fundo.

A Lava Jato, a continuar tudo como está, será o caminho mais longo, mais traumático, mais caro, mais recessivo, mais amalucado entre a esquerda e a esquerda. Mais ainda: terá gerado o maior surto de impunidade da história do país. Aliás, quero ser mais preciso, e com uma tese mais geral: na grande disputa que há hoje no Brasil, existem, de fato, três partidos:

— PT e associados de esquerda;

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— PMDB-PSDB e associados do “Centrão”;

— Lava Jato e Imprensa.

O PT é o de sempre. Tem lá as suas crenças e se preparou para viver um tempo de martírio, sem nunca se desligar de seu demiurgo. É ele que confere legitimidade à mística de que os pobres estão aí para dividir. O núcleo PMDB-PSDB tem lá algumas convicções um pouco mais alinhadas com o mercado, vêm de uma cultura política — e só a política! — um pouco mais identificada com o liberalismo, mas tem sido incapaz de incendiar as imaginações com uma gesta, com uma luta.

E há o terceiro partido — este, sim, muito complicado porque, a rigor, é o mais autoritário dos três. Está convicto de que certas regras do estado de direito só servem à impunidade. Esse partido está convencendo a sociedade de que:

toda a classe política é larápia e corrupta;

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mesmo o funcionamento normal da gestão obedece a interesses menores;

só existe uma fonte de verdade no país: a Lava Jato;

as leis que temos só servem para proteger bandidos; se for para o bem do país, que mal há em desrespeitar as leis e a Constituição? Desde que o alvo não seja “o nosso partido”, tudo bem.

Para ilustrar o que vai acima: vi ontem o ministro Eliseu Padilha ser demonizado porque afirmou que a nomeação de um ministro da Saúde do PP haveria de implicar que o partido votasse com o governo.

A coisa foi tratada como escândalo.

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Os movimentos que foram às ruas pedir a deposição de Dilma Rousseff têm um protesto marcado para o dia 26 de março. Um dos itens da pauta, ora vejam!, é a defesa da Lava Jato — ou quase isso. Há lá coisas como o apoio à reforma da Previdência, a reforma trabalhista, fim da mamata aos políticos etc. e tal. Bem! Viva a Lava Jato, claro! Mas ela corre risco?

O ato, se realizado, é evidência de alienação. O Brasil real está passando por outro lugar. Não se trata de uma disputa de “narrativas” — essa palavra cujo sentido maldito o tal Pablo Capilé instituiu, o que foi assimilado pelos conservadores. Trata-se de encarar os FATOS. NOTA: essa conversa de que tudo é narrativa embute uma má-fé, mesmo que involuntária. No fim das contas, o que se quer saber é quem apresenta a versão mais eficiente. “Disputa de narrativas” é uma conversa de historiadores — importante, sim! —, mas apropriada de forma indevida por militantes políticos. No fim das contas, essa tal narrativa é só a faixa mais estreita da ideologia. Sim, esquerdistas e conservadores têm de ler “A Ideologia Alemã”, de Marx.

Não é só falta de leitura da realidade que nos assombra. Também é a falta de leitura.

Na madrugada de domingo pra segunda, escrevi aqui quatro posts da série “A Revolução dos Idiotas”. Os títulos são muito significativos:

Revolução dos Idiotas 1 – PT faz direita xucra zurrar de prazer”;

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Revolução dos Idiotas 2 – Esquerda exige direita xucra nas ruas”;

Revolução dos Idiotas 3 – Discurso da Lava jato absolve o petismo”;

Revolução dos Idiotas 4 – Xucros pavimentam volta das esquerdas.

Sim, é claro que eu estava certo. É claro que estou certo.

Ah, os números que importam estes:

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PRIMEIRO TURNO
Cenário 1
Lula 30,5%
Marina Silva 11,8%
Jair Bolsonaro 11,3%
Aécio Neves 10,1%
Ciro Gomes 5,0%
Michel Temer 3,7%

Cenário 2 – 1° turno
Lula 31,8%
Marina Silva 12,1%
Jair Bolsonaro 11,7%
Geraldo Alckmin 9,1%
Ciro Gomes 5,3%

Cenários 1, 2 e 3 – 2º Turno
Lula 39,7%
Aécio 27,5%

Lula 42,9%
Temer 19%

Lula 38,9%
Marina 27,4%

Há outros números importantes, que dizem respeito ao governo Temer e que também podem ter impacto eleitoral negativo — isto é, em favor das esquerdas.

Os conservadores brasileiros precisam consumir mais feijão e livros. Ou o que lhes resta? Rezar agora para que um tribunal consiga livrar o Brasil de si mesmo. Ou por outra: espera-se que a toga faça o que a maioria não quer.

Encerro

Ah, sim: esse cenário é um alento e tanto para o PT e para Lula. Mas essa conquista tem mesmo é de ser atribuída ao PAMPI: o Partido do Ministério Público e da Imprensa.

Ah, claro: ainda vou falar mais do PAMPI.

E também escreverei sobre o espetáculo grotesco de impunidade.

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