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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Os pterodáctilos que querem controlar a “mídia” voltam a sobrevoar o Congresso. Pergunto: controlar o quê? Ela já não está suficientemente controlada?

Eles são petistas e não desistem nunca! E ainda não desistiram de cubanizar também as comunicações no Brasil. Os sedizentes “movimentos sociais e sindicatos” que integram um tal “Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)” fazem nesta quinta um ato na Câmara dos Deputados em defesa da tal regulamentação da mídia. Querem porque querem uma […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h33 - Publicado em 22 ago 2013, 14h52

Eles são petistas e não desistem nunca! E ainda não desistiram de cubanizar também as comunicações no Brasil. Os sedizentes “movimentos sociais e sindicatos” que integram um tal “Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC)” fazem nesta quinta um ato na Câmara dos Deputados em defesa da tal regulamentação da mídia. Querem porque querem uma tal “Lei da Mídia Democrática”.

Vocês sabem o que os petistas e esquerdistas menores e ainda mais rombudos entendem por “mídia democrática”. É aquela que estará sob a censura do partido — ou dos coletivos.

No dia 1º de março, o PT divulgou uma resolução “em favor de um novo marco regulatório das comunicações, tal como proposto pela CUT, pelo FNDC e outras entidades”. E o que quer o tal Fórum? Leiam um pequeno trecho de sua proposta:

“O FNDC propõe inclusão, na estrutura das empresas de Rádio e TV, de mecanismos que estimulem e permitam o controle público sobre a programação, como conselhos com participação da sociedade, conselhos editorais e serviços de ouvidoria.”

Entenderam? Formar-se-iam conselhos da companheirada para decidir o que pode e o que não pode ir ao ar. Se tiverem tempo, mais tarde, sugiro que deem uma olhada na lista de entidades e grupos que formam o FNDC (aqui). Lá está, como costuma acontecer com quase tudo o que não presta, o Conselho Federal de Psicologia. Por que psicólogos estariam interessados na censura? Não sei! Essa gente quer censurar até propaganda de biscoito. Está no grupo a Associação dos Engenheiros da Petrobras. Qual é o problema desses engenheiros com a imprensa livre? Sentem-se, por acaso, incomodados quando se noticia que os petistas deram uma refinaria de presente para Evo Morales ou quando fica claro que a empresa teve um prejuízo de US$ 1,180 bilhão comprando uma sucata em Pasadena, nos EUA? E uma tal FENADADOS (Federação Nacional dos Empregados em Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados)? Por que trabalhadores de processamento de dados querem censurar o jornalismo?

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Acima, há o link que remete à lista completa das entidades. Na maioria, são sindicatos, federações ou confederações de trabalhadores, gente que, em razão da legislação de origem fascista que ainda regula a atividade sindical no Brasil, tem seu rico dinheirinho garantido em razão da cobrança de taxas obrigatórias. Com os cofres cheios, mas sem ocupação, então decidem ter ideias… A esmagadora maioria é ligada ao PT — sim, a CUT está no grupo.

Há também as ditas associações culturais. Se vocês forem pesquisar quem compõe a diretoria, encontrarão lá militantes petistas, ex-jornalistas demitidos dos grandes veículos por incompetência e que decidiram transformar seu rancor em ideologia, notórios militantes do PT e do PCdoB.

Controlar pra quê?
Cabe uma pergunta, até óbvia demais: por que essa gente quer tanto controlar as TVs e rádios no Brasil se, na maioria dos casos, elas já estão “controladas”. Apontem uma só emissora relevante, de rádio ou TV, que não esteja afinada hoje com os valores culturais da esquerda. Jornalismo, novelas, programas de entretenimento… Nada escapa!

Eu estava em Roma enquanto o papa estava no Brasil, mas acompanhei o noticiário. Uma frase do Sumo Pontífice — “Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-lo” — bastou para transformá-lo numa espécie de militante da causa. Dispensou-se uma cobertura simpática à visita de Francisco, mas notem que ele foi tratado sempre como uma espécie de “liderança progressista”, aberta aos novos tempos. No dia a dia, os valores ditos tradicionais são impiedosamente ridicularizados. A campanha em favor da descriminação total das drogas, por exemplo, virou ponto de honra do, por assim dizer, establishment jornalístico. Todas as formas de “família” são exaltadas em horário nobre, menos aquela que ainda é formada por papai-e-mamãe. 

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Os ditos “escândalos” que atingem os adversários do PT e das esquerdas — refiro-me, claro, aos casos Siemens e Alstom — merecem uma cobertura absolutamente desproporcional ao fato, até porque, até agora, há não mais do que vazamentos selecionados por “alguém” lá do Cade. Em nenhum momento se indagou às autoridades federais por que o acordo de leniência, por exemplo, só se refere à atuação da Siemens em São Paulo. É o tipo de pauta que não interessa. Os petistas infiltrados nas redações e que exercem severa patrulha sobre seus chefes  não investem no assunto.

Pergunto de novo: controlar a mídia pra quê? Com alguma ironia, diria até que, sob o controle do PT, talvez ela fosse, em muitos aspectos, até mais conservadora e pudica do que é hoje, não é mesmo?

Caminhando para o encerramento, creio que o controle imaginado por essas entidades — a maioria delas vive ou de dinheiro público ou da grana que arrancam dos trabalhadores em razão da legislação vigente na área sindical — não acontecerá. No fundo, a turma sabe disso e não se importa. O que essa gente quer mesmo é manter as emissoras sob permanente pressão, forçando-as a aderir à sua agenda. E, reconheça-se, esses brucutus obscurantistas são bem-sucedidos.

Eu duvido, para encerrar, que, sob o controle do PT e da CUT, a Globo, por exemplo, estivesse mais à esquerda do que hoje. Em qualquer área. Podem escolher o tema. Aquilo que a canalha chama “mídia” involuiu bem depressa do pluralismo (“todas as opiniões, mesmo as mais exóticas, merecem atenção”) para o banimento da divergência. Tudo é aceitável, sim!, desde que não possa ser tachado pelas patrulhas de “conservador” e “reacionário”: a família de papai-e-mamãe, por exemplo.

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