O Itamaraty tem recaída e dá uma resposta de governo mixuruca aos EUA
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, fez um relatório sobre a usina de Belo Monte — eivado, de fato, de absurdos —, e o Itamaraty correu para dar uma resposta a um órgão irrelevante, que está metendo o bedelho em algo que está fora de sua competência. E ainda prometeu que voltará ao […]
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos, da OEA, fez um relatório sobre a usina de Belo Monte — eivado, de fato, de absurdos —, e o Itamaraty correu para dar uma resposta a um órgão irrelevante, que está metendo o bedelho em algo que está fora de sua competência. E ainda prometeu que voltará ao assunto. Já chamei aqui Belo Monte de “o mais belo monte” do governo Lula, embora o Brasil precise de energia, é claro. Mas anda tudo errado por lá. De todo modo, a OEA exorbitou, e o governo Dilma aceitou o joguinho.
No post abaixo, vocês lêem que o governo americano acusa o Brasil de violação aos direitos humanos, especialmente no que respeita aos presos comuns. Aponta a violência policial e a leniência com a corrupção. Se é para responder, há duas respostas a dar: uma de gente adulta e outra de moleque birrento. Adivinhem qual foi a escolha feita pelo Itamaraty neste “novos tempos” de Dilma Rousseff… Leiam:
“O Governo brasileiro tomou conhecimento da publicação, hoje, 8 de abril, do relatório anual do Departamento de Estado dos EUA sobre Direitos Humanos.
O Governo brasileiro não se pronuncia sobre o conteúdo de relatórios elaborados unilateralmente por países, com base em legislações e critérios domésticos, pelos quais tais países se atribuem posição de avaliadores da situação dos direitos humanos no mundo. Tais avaliações não incluem a situação em seus próprios territórios e outras áreas sujeitas de facto à sua jurisdição.
O Brasil reitera seu forte comprometimento com os sistemas internacionais de direitos humanos, dos quais participa de maneira transparente e construtiva. O Brasil permanecerá engajado, em particular, no mecanismo de Revisão Periódica Universal do Conselho de Direitos Humanos, instância criada para avaliar situações de direitos humanos nos países membros das Nações Unidas.”
Voltei
É uma resposta de gente mixuruca, típica dos piores tempos do Itamaraty sob o comando do Megalonanico. Existe violência policial no Brasil? Sim! Existe desrespeito a presos comuns? Sim! Existe corrupção? Sim! É tudo verdade! Mas a nota do Itamaraty, pelo visto, considera isso uma avaliação feita “com base em legislações e critérios domésticos”. Quer dizer com isso que os EUA avalia o mundo com base em suas leis. Huuummm… Por quê? As leis brasileiras permitem tortura a presos, violência policial e corrupção?
A nota é toda abespinhada, coisa de gente impotente e brava. Acusa os EUA de ignorar os direitos humanos em seu próprio país e faz referência ao Afeganistão e ao Iraque. Se é para tocar no assunto, que seja direto, que vá ao ponto.
Mas como reagir então?
Se é que caberia uma reação, bastaria afirmar que o Brasil dispõe de mecanismos para coibir e punir abusos e que está empenhado em combater todas as formas de violência. E pronto! Assim como fez, acusou o golpe e se saiu com o famoso “ninguém manda nimim“, dando a entender, o que é pior, que nega o óbvio.