O “Porta dos Fundos” e Marco Feliciano – Um aperitivo
Leitores vêm me cobrando há tempos que escreva sobre o humor do “Porta dos Fundos”. Acho que, até hoje, só escrevi sobre humoristas para elogiar — e eu já elogiei a turma. Já vi sacadas realmente brilhantes. Mais: há lá atores excelentes. O grupo conseguiu desenvolver uma linguagem para a Internet. Parece coisa simples, mas […]
Leitores vêm me cobrando há tempos que escreva sobre o humor do “Porta dos Fundos”. Acho que, até hoje, só escrevi sobre humoristas para elogiar — e eu já elogiei a turma. Já vi sacadas realmente brilhantes. Mais: há lá atores excelentes. O grupo conseguiu desenvolver uma linguagem para a Internet. Parece coisa simples, mas não é.
Quando, no entanto, me vi prestes a criticar seus vídeos ou pela falta de graça ou por um viés que, às vezes, põe a ignorância a serviço de preconceitos — ideológicos ou religiosos (sobretudo esses) —, preferi parar de assistir aos vídeos do grupo. A graça também tem de ser informada em certos casos para ter… graça. E nada escrevi a respeito. Humor, mesmo quando desastrado, mereceria ser respondido com humor. Não é a minha. Convenham: há no país urgências maiores.
Mas agora apareceu uma questão que me parece relevante. Agora a coisa chegou à praia que eu frequento: liberdade de expressão. Este blog é fruto dela. O deputado Marco Feliciano (PSC-SP), pouco importa se por convicção ou por um raro faro para a polêmica — que lhe acaba sendo útil —, resolveu recorrer à Justiça contra o grupo.
Agora, sim, eu vou entrar no caso, Na madrugada, volto ao assunto. Talvez os religiosos não gostem tanto assim. Talvez alguns humoristas não gostem tanto assim. Eu, certamente, vou me divertir lembrando alguns fundamentos da democracia.
Tanto os, como direi?, bem como os mal pensantes, no Brasil, têm um viés curioso: dizem adorar o regime democrático. Mas basta que tenham de arcar com as consequências dele decorrentes, fazem como o coelho do Bambi e saem gritando: “Fogo, fogo na floresta!”
Fogo nada! Fica para mais tarde.