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MR-8 ameaça Diogo Mainardi de morte. Vocês leram certo.

Clique na imagem para ampliá-la. O texto sobre Diogo está no canto inferior esquerdo O jornal Hora do Povo é editado pelo MR-8, grupo de esquerda a que pertencia o agora ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Falo mais deles daqui a pouco. O que importa de saída? Em seu jornal (veja imagem acima), o […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h30 - Publicado em 29 abr 2007, 17h30
Clique na imagem para ampliá-la. O texto sobre Diogo está no canto inferior esquerdo
O jornal Hora do Povo é editado pelo MR-8, grupo de esquerda a que pertencia o agora ministro da Comunicação Social, Franklin Martins. Falo mais deles daqui a pouco. O que importa de saída? Em seu jornal (veja imagem acima), o “8” ameaça Diogo Mainardi de morte. Sim, isto mesmo: de morte. Transcrevo o texto:

Condenado com seus patrões da “Veja” a pagar 30 mil reais ao ministro Franklin Martins, em processo por calúnia, o garoto de programa Diego (sic) Mainardi houve por bem se auto-intitular “o Bacuri do petismo”.
Bacuri foi martirizado por 109 dias seguidos no Deops e perdeu a vida em 1970 por negar-se a revelar aos algozes informações que pudessem prejudicar o andamento da luta revolucionária contra a ditadura. Foi um herói na plena acepção da palavra.
Já o pequeno canalha perdeu apenas algum dinheiro.
Sabemos o que o vil metal significa para certo tipo de pessoas. Ainda assim, ao que tudo indica, ele está pedindo para perder algo mais.
Pode ficar tranqüilo. Não faltarão almas pias para fazer a sua vontade.

Bravata? Conversa mole? O MR-8 de agora pode não ser o mesmo que, em 4 de setembro de 1969, em companhia dos terroristas da ALN (Aliança Libertadora Nacional), seqüestrou o então embaixador americano, Charles Burke Elbrick. Mas é um grupo organizado, hoje no apoio incondicional ao lulismo. Vejam as chamadas da primeira página de seu jornal. Não deixam a menor dúvida. Esses caras são capazes de matar? Eles estão dizendo que sim — quando menos, consideram-se herdeiros de quem não hesitava em recorrer ao assassinato em nome de sua “luta”. Imaginem se fosse o contrário: imaginem se um grupinho de direita, por mais irrelevante que fosse, ameaçasse um jornalista “companheiro” de morte. O céu desabaria.

Desde que voltou à ativa, logo depois da chamada abertura democrática, o “8” virou o braço de esquerda de Orestes Quércia — que era chamado pelo grupo de “Grande Timoneiro”. Martins trabalhava no Hora do Povo quando migrou para a chamada “imprensa burguesa”. Ele não é o único remanescente do “8” no jornalismo, mesmo o “burguês”. Há outros.

Sobre os sucessos do passado, escreve o agora ministro em seu site:
“No dia 4 de setembro de 1969, militantes de duas organizações que se propunham a derrubar a ditadura através da luta armada, a Ação Libertadora Nacional (ALN) e o Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR-8), capturaram o embaixador dos Estados Unidos numa rua do bairro de Botafogo, no Rio, exigindo a libertação de 15 presos políticos e a divulgação do manifesto abaixo como condição para a devolução do diplomata. Foi a mais espetacular ação da guerrilha urbana, que se iniciara timidamente em 1968 e ganhara enorme impulso depois do AI-5. O governo atendeu às reivindicações dos revolucionários: os presos políticos foram enviados para o México e o manifesto foi publicado nos principais jornais e divulgado em todas as rádios e televisões. Libertado o embaixador, seguiu-se feroz repressão, que levou em novembro do mesmo ano ao assassinato de Carlos Marighella. líder da ALN e principal dirigente da luta armada contra a ditadura.”

Reparem que o texto se refere aos terroristas como “revolucionários”. Franklin foi o redator do tal “manifesto”, de que segue o primeiro capítulo:

“Grupos revolucionários detiveram hoje o sr. Charles Burke Elbrick, embaixador dos Estados Unidos, levando-o para algum lugar do país, onde o mantêm preso. Este ato não é um episódio isolado. Ele se soma aos inúmeros atos revolucionários já levados a cabo: assaltos a bancos, nos quais se arrecadam fundos para a revolução, tomando de volta o que os banqueiros tomam do povo e de seus empregados; ocupação de quartéis e delegacias, onde se conseguem armas e munições para a luta pela derrubada da ditadura; invasões de presídios, quando se libertam revolucionários, para devolvê-los à luta do povo; explosões de prédios que simbolizam a opressão; e o justiçamento de carrascos e torturadores.”

Para quem não é íntimo da linguagem terrorista, “justiçamento” quer dizer “assassinato”, o que era decidido pelos “tribunais revolucionários”. Notem as “explosões de prédios que simbolizam a opressão” — ou seja: terrorismo, não revolução.

Eis a democracia que eles pretendiam. Eis a democracia que eles pretendem.

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