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Marcelo Odebrecht e mais 50 fecham acordo de delação. Brasília treme!

Há quem veja na soma dessas delações com uma eventualmente feita por Eduardo Cunha a chegada do Apocalipse; se for assim, Moro será o anunciador do “Evangelho Eterno”

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 21h29 - Publicado em 25 out 2016, 07h01

Reportagem de O Globo desta terça-feira, que virou manchete do jornal, informa que Marcelo Odebrecht e outros 50 executivos da Odebrecht fecharam o acordo de delação premiada. O que isso quer dizer? Que todos eles fizeram depoimentos prévios e que os procuradores e a Polícia Federal conseguiram enxergar uma narrativa coerente, com os indícios devidamente fornecidos, para que se possa avançar na investigação.

Costumo brincar que a política brasileira vive uma síndrome chamada “TPO” — Tensão Pré-Odebrecht. Ninguém tem dúvida de que as delações dos dirigentes da maior construtora do Brasil atingirão gravemente o PT. Mas também se dá como certo que haverá chumbo grosso para praticamente todos os grandes partidos.

Há quem vislumbre na soma das delações dos executivos da Odebrecht com outra eventualmente feita por Eduardo Cunha o Apocalipse. Se acontecer mesmo, resta saber quem serão os anjos do fim do mundo e do recomeço. Sergio Moro carregaria o Evangelho Eterno. Para Deltan Dallagnol, penso no momento mais dramático de João:
“Vem! Vou mostrar-te a condenação da grande prostituta, que está sentada à beira de águas abundantes. Os reis da terra prostituíram-se com ela, e os habitantes da terra embriagaram-se com o vinho da sua prostituição”. E o anjo me levou em espírito ao deserto, e eu vi uma mulher montada numa fera de cor escarlate, cheia de nomes blasfemos. A fera tinha sete cabeças e dez chifres. A mulher estava vestida de púrpura e escarlate, e toda enfeitada de ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um cálice de ouro cheio de abominações, as imundícies da sua prostituição. Na fronte da mulher, estava escrito um nome enigmático: “Babilônia, a grande, a mãe das prostitutas e das abominações da terra”. E reparei que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus.

A notícia vem a público um dia depois de a Polícia Federal indiciar Antonio Palocci, acusando-o de controlar uma espécie de conta corrente com a Odebrecht da qual ele próprio teria se beneficiado, levando R$ 6 milhões. O ex-ministro também cuidaria de um saldo de R$ 23 milhões que o ex-presidente Lula teria com a empreiteira. Desse total, R$ 8 milhões teriam sido sacados. Na lista da empreiteira, Palocci seria “Itália” ou “Italiano”, e Lula, o “Amigo” ou “Amigo de EO”, numa referência a Emílio Odebrecht. Os respectivos advogados dos dois petistas negam as acusações.

O que sairá do acordo de Marcelo Odebrecht e mais 50 executivos? Ninguém tem a menor a ideia, eis a verdade. Essas acusações que estão na raiz do indiciamento de Palocci e que remetem a Lula terão de estar necessariamente contempladas — para confirmá-las ou para negá-las. Mais: as confissões dos executivos da maior empreiteira podem servir também como uma prova dos noves de outras delações. É bem possível que muita coisa tenha de voltar à prancheta.

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Enquanto Marcelo Odebrecht e seus executivos estavam presos e se anunciava que descartavam qualquer forma de delação, uma parte considerável de Brasília, pouco importa a posição das pessoas no espectro ideológico, respirava aliada. À medida que o tempo ia passando, a tensão aumentava. “Até quando Marcelo resistirá?” Não consta que ele tenha mudado de ideia. A partir de dado momento, a cúpula do grupo chegou à conclusão de que o império empresarial corria riscos. O resto dessa história ainda será conhecido.

A tensão, a partir desta terça, caminha para o máximo.

Agora começarão os vazamentos seletivos.

A coisa vai longe.

Texto publicado originalmente às 6h05
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