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Lula, o verdadeiro chefe de Renan

Um texto meu de ontem começava assim: “O triste espetáculo a que se assiste no Senado tem um maestro: Luiz Inácio Lula da Silva“. Pois bem, posts abaixo, vocês lerão que Lula — que ontem resolveu exercitar retórica golpista — endossou o comportamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado. Segundo o presidente, quem radicalizou foi […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h08 - Publicado em 8 ago 2009, 08h15

Um texto meu de ontem começava assim: “O triste espetáculo a que se assiste no Senado tem um maestro: Luiz Inácio Lula da Silva. Pois bem, posts abaixo, vocês lerão que Lula — que ontem resolveu exercitar retórica golpista — endossou o comportamento de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Senado. Segundo o presidente, quem radicalizou foi a oposição!

Lula endossa, assim, o espetáculo de arrogância, truculência e baixo calão protagonizado por Renan. A coisa não pára por aí. Ele também gostou daquela frase emblemática do seu aliado: a oposição é “minoria com complexo de maioria”. Aprovou o achado. Considera que é isso mesmo. Até o peemedebista achou que tinha exagerado, mas não Lula.  Como já disse aqui, isso revela uma incompreensão básica, essencial, do que é democracia. Por que as palavras são, como disse, emblemáticas? Porque elas sintetizam e desenham o espírito deste governo: maiorias existem para esmagar; minorias, para ser esmagadas.

“Mas não é assim nas democracias?”, pergunta o petralha. Não, não é, não. Os vários fascismos europeus foram regimes de maioria, alguns “de massa”. E, no entanto, não foram democráticos. A democracia supõe a existência e aplicação de valores — e um dos mais sagrados é justamente a proteção aos direitos da minoria, seja na política, seja na sociedade. Bastasse a maioria, as próprias leis seriam inócuas.

Ninguém, na tropa de choque de Renan, tem algo a perder — alguns dos seus soldados nem mesmo têm votos, já que são suplentes. Ele próprio não ambiciona mais ser algo além do que já é. Sabe que, na carreira, chegou ao topo. E conta com a máquina que montou em seu estado para lhe garantir os mandatos. Renan, Collor, Wellington Salgado… Eis a guarda pretoriana de Sarney. São esses monumentos morais que hoje tentam protegê-lo da própria biografia.

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Que as oposições resistam à tentação de celebrar um “acordo de convivência” ou coisa que o valha. É muito importante para o país que Renan seja Renan, Collor seja Collor, e Sarney seja Sarney. Porque isso contribui para que Lula seja Lula.

Torço para o confronto continuar e para Sarney não sair daquela cadeira. O embate revela a real natureza daquela gente esquisita, mas também expõe a real natureza do governo Lula e faz um ensaio do que seria um governo Dilma.

Sarney tem de ficar. Mas debaixo de vara.

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