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Lula está no mato de Atibaia sem cachorro

Agora, o tal sítio está sob investigação num inquérito específico, mas noto que ainda se evita falar que Lula é um investigado. E é o caso de se perguntar por que tanto cuidado. Que eu saiba, ele não ganhou a inimputabilidade de presente do Espírito Santo

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h33 - Publicado em 11 fev 2016, 06h51

Vamos lá… Voltando do Carnaval, do balacobaco, do ziriguidum, do telecoleto… dos outros! Uau! Consegui passar quatro dias sem ouvir um único samba-enredo, nem um miserável “Olha aí, minha gente, alô Comunidade de Não-Sei-Onde”, acompanhado daquele inevitável desfile de folclorização da pobreza pra deslumbrar intelectual do miolo mole e estrangeiros interessados no nosso remelexo… Também não vi os bloquinhos de São Paulo emporcalhando a cidade, inundando-a de lixo e xixi. “Ah, que coisa mais enfezada…” Eu não!

Quem me conhece sabe que sou irresistivelmente atraído pela felicidade. Só não suporto sujeira, fedor de mijo, música ruim e bêbado chato falando chatices… Não é um pecado, certo? Vamos adiante. Quem não relaxou no Carnaval foi Lula. Não, caros! Tecnicamente, ele ainda não é um investigado. Mas a sua reputação está pior do que a Rua da Consolação depois da passagem do bloco dos sujinhos.

Vamos pôr os pingos nos is. O juiz Sergio Moro nem autorizou nem desautorizou a Polícia Federal a abrir inquérito novo sobre o sítio de Atibaia. E a razão é simples. Não é ele quem faz isso. Como deixou claro no despacho em que tratou do assunto, isso é matéria afeita à Polícia Federal, que tem autonomia para abrir um novo inquérito desde que o Ministério Público Federal concorde.

Então vamos ver. Agora, o tal sítio está sob investigação num inquérito específico, mas noto que ainda se evita falar que Lula é um investigado. E é o caso de perguntar por que tanto cuidado. Que eu saiba, ele não ganhou a inimputabilidade de presente do Espírito Santo.

E quando é que se decide abrir um novo inquérito? Ora, quando há objeto e suspeito próprios, isto é, quando estes não estão devidamente contemplados em inquéritos já existentes. Assim, parece evidente que a Polícia Federal esbarrou em alguma coisa que não tem como ser apurada nas outras frentes de investigação. E elas estão relacionadas àquela propriedade vistosa que Nilo Batista, advogado de Lula, chama um “puxadinho”, deixando evidente que os petistas, definitivamente, perderam qualquer senso de modéstia.

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Que Lula não tem como se explicar, isso já parece evidente. Ou já teria se explicado. Quando seus amigos tentaram, o resultado foi desastroso. Vejam o caso de Gilberto Carvalho, o segundo homem mais poderoso do PT e faz-tudo do lulismo. Em entrevista à Folha, este gênio da raça tentou demonstrar que a reforma do sítio pode, sim, ter sido um presente de empreiteiras para Lula, mas que não haveria nada de mau nisso.

Carvalho só não explica por que, para presentear o chefão petista, as empresas fariam benfeitorias na suposta propriedade de sócios do filho do hoje ex-presidente — mas ainda presidente quando se operou parte da reforma.

Lula sabe que está no mato de Atibaia sem cachorro. Explicações, quando chegam tarde demais, já não fazem efeito. Se a lei vai ou não puni-lo, isso é o que vamos ver. A população já deu seu veredicto. E, para formar seu juízo, usou o absurdo silêncio de Lula.

Texto publicado originalmente às 4h39
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