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HONDURAS DERROTA O CHAVISMO APESAR DE BARACK HUSSEIN, NÃO POR CAUSA DELE

“Honduras vai resistir à pressão?” A resposta é uma só: já resistiu. Manuel Zelaya e Hugo Chávez, que é o verdadeiro chefão da crise que vive o país, já não lograram o seu intento, ainda que o tal volte e conclua o seu mandato. Não será sem um acordo com o governo provisório e as […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 17h20 - Publicado em 2 jul 2009, 06h49

“Honduras vai resistir à pressão?” A resposta é uma só: já resistiu. Manuel Zelaya e Hugo Chávez, que é o verdadeiro chefão da crise que vive o país, já não lograram o seu intento, ainda que o tal volte e conclua o seu mandato. Não será sem um acordo com o governo provisório e as forças que o apóiam — praticamente, o país inteiro. A reforma da Constituição, como ele queria, dificilmente seria feita. E isso quer dizer que o golpe de Chávez, em Honduras, falhou. Na verdade, é a primeira vez que dá errado — no Peru, ele quebrou a cara, mas foi ainda durante o processo eleitoral. Agora, por intermédio de Evo Morales, tenTa criar uma convulsão indígena no país. Volto a Honduras.

As lideranças políticas e os militares impediram o golpe de estado de Zelaya e impuseram, também por intermédio do uso legítimo da força, a ordem constitucional. Medidas de restrição à liberdade que estão em curso foram aprovadas no Congresso por unanimidade. Zelaya não tem um miserável aliado no país — nem mesmo no seu partido. A ojeriza a Chávez é gigantesca. Se voltar, terá de se comportar. Ou cai de novo.

O mais comovedor em toda essa pantomima está no fato de que Zelaya continua a ser tratado como um pobre presidente deposto por militares gorilas. Afirmar que ele caiu só porque tentou fazer um referendo é coisa de estúpidos ou de vigaristas. Ou, então, de vigaristas espertos que enganam seus leitores, seus telespectadores, seus ouvintes, seus internautas.

Ele queria, sim, o referendo. E isso, por si mesmo, afrontava a Constituição. Mas ele foi além: a consulta foi declarada ilegal pela Justiça, pelo Congresso e pela Promotoria. Eles os chamou a todos de jurássicos e decidiu levar a coisa adiante. E ordenou que os militares cumprissem sua determinação no pressuposto de que é o comandante-geral das Forças Armadas. E isso é golpe. O resto já se sabe. “O mundo” não quer reconhecer? Bem, o fato é que o contragolpe foi eficiente.

Não fosse ele, estaria marcado mais um tento de Chávez, que vinha fornecedo a infraestrutura para o “referendo” inconstitucional. Mas a mistificação não tem fim.

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O Estadão de hoje publica um texto de Simon Romero, correspondente do New York Times em Caracas. A política de Barack Hussein e suas escolhas, para ser franco, são menos irritantes do que as tolices que se escrevem para justificá-las. A idade mental das formulações deve andar aí pelos 10 anos. Aos 12, idade da minha filha mais jovem, noto que já há uma apreensão do jogo político —  também das políticas, digamos, pessoais — um pouco mai complexa. Leiam trecho do que escreve o sujeito (em vermelho). Comento depois. A íntegra está aqui.

Desde o momento em que se dava o golpe em Honduras, no domingo, o presidente Hugo Chávez tinha seu manual pronto.Ele disse que na usurpação havia a mão de Washington, afirmando que os EUA haviam financiado os inimigos do presidente Manuel Zelaya e insinuando que a CIA pode ter realizado uma campanha de desinformação para apoiar os golpistas.
Mas o presidente Barack Obama condenou firmemente o golpe, esvaziando as acusações de Chávez. Em vez de aderir a uma troca de acusações, Obama condenou o golpe e pediu a volta de Zelaya ao cargo. Enquanto Chávez continua acusando os EUA de exercer o papel de agressores no episódio do golpe, outros líderes latino-americanos não os veem através desse prisma.
Genial! Quer dizer que, agora, Chávez já sabe como agir: a melhor maneira de Barack Hussein fazer o que o Beiçola de Caracas quer, então, é acusá-lo do contrário. Entendi o jogo. Barack Hussein deve ter pensado: “Ah, ele tá pensando que vai me enganar, né? Mas não vai”. E, assim, expressou o seu irrestrito apoio ao aliado de Chávez em Honduras. Se fizesse, então, o que Chávez (segundo Romero) esperava, daria apoio aos inimigos do ditador da Venezuela. Segundo essa lógica muito peculiar, a melhor maneira de contrariar Chávez é concordar com ele. Dêem uma banana para Romero, e ele come a casca.

Bobagem das grossas. Se Honduras não cair na rede bolivariana, os únicos responsáveis serão as forças políticas hondurenhas e os militares, que souberam a hora certa de dizer “não”. É bem possível que não resistam ao cerco. Isso é o de menos. No pequeno país, Chávez sofreu a sua primeira derrota.

Apesar de Barack Hussein, não por causa dele.

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