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Fascismo islâmico

Cientistas políticos mundo afora têm classificado o regime iraniano de “fascismo islâmico”. Por vários motivos. O anti-semitismo, por exemplo, não tem uma componente principalmente religiosa ou geopolítica, como em outros países islâmicos, em particular os árabes. No Irã, a variável principal é escancaradamente racial. Líderes religiosos já expressaram simpatia pelo nazismo. Ahmadinejad não se contenta, […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 14h33 - Publicado em 12 ago 2010, 22h09

Cientistas políticos mundo afora têm classificado o regime iraniano de “fascismo islâmico”. Por vários motivos. O anti-semitismo, por exemplo, não tem uma componente principalmente religiosa ou geopolítica, como em outros países islâmicos, em particular os árabes. No Irã, a variável principal é escancaradamente racial. Líderes religiosos já expressaram simpatia pelo nazismo. Ahmadinejad não se contenta, vá lá, em pedir o “estado palestino”. Ele está se lixando para isso. Ele já nega o Holocausto de cara!

O Irã, seguindo uma interpretação muito particular da “lei islâmica”, é uma tirania com forte apelo às massas, que esmaga a divergência e mata os opositores, sempre incitando o “povo” a fazer com as próprias mãos, se preciso, as vontades do regime. À diferença das ditaduras árabes, o regime persa realiza a mímica da consulta popular, que serve para manter as camadas mais pobres — justamente aquelas seduzidas pelo discurso de Ahmadinejad e dos radicais religiosos — mobilizadas contra “o inimigo”, o “Grande Satã”: os Estados Unidos. A exemplo dos regimes fascistas, o Irã tem ambições imperialistas, conduzidas por uma elite militar.

Também são próprios do fascismo esses espetáculos em que se expõem os bodes expiatórios para excitar o fel das massas — bodes expiatórios que vão a público confessar as suas culpas, admitindo, para a glória do regime, que merecem mesmo ser punidas.

Foi o que se viu com a exposição, na TV, de uma mulher que seria Sakineh Mohammadi Ashtiani, condenada, primeiro, ao apedrejamento por adultério — teria mantido “relações ilícitas” com dois homens depois de viúva — e, agora, ao enforcamento, já que a acusação mudou: além do adultério, teria participado de uma conspiração para matar o marido.

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O rosto da suposta Sakineh estava borrado. A voz que se ouvia era uma versão em farsi, a língua oficial do Irã, do dialeto que fala a mulher. Não se tem a certeza de que fosse mesmo ela a confessar o crime. Sabem o que é pior? É provável que sim. Imaginem as pressões a que não está submetida a sua família. O seu advogado teve de deixar o país. A possível Sakineh, diga-se, o censura em público porque ele a teria exposto ao público, o que teria envergonhado a sua família. O propósito é claro: reafirmar os princípios do regime.

Esse e o governo que conta com o apoio incondicional do Brasil. É para defendê-lo que Lula resolveu afrontar o consenso das nações que têm alguma relevância no mundo. É pelo líder deste país que Lula confessa ter “amizade e carinho”.

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