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Farc, Chávez e Correa juntos! Ou: Uma penca de brasileiros estava nos arquivos de narcoterrorista

O material divulgado pelo respeitadíssimo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), da Inglaterra, não deixa a menor dúvida: Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e Rafael Correa, presidente do Equador, mantiveram e mantêm relações umbilicais com os terroristas das Farc. Para os leitores deste blog, evidentemente, isso não é nenhuma novidade. O […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h02 - Publicado em 11 Maio 2011, 07h41

O material divulgado pelo respeitadíssimo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês), da Inglaterra, não deixa a menor dúvida: Hugo Chávez, presidente da Venezuela, e Rafael Correa, presidente do Equador, mantiveram e mantêm relações umbilicais com os terroristas das Farc. Para os leitores deste blog, evidentemente, isso não é nenhuma novidade. O Beiçola de Caracas permitiu que os narcoterroristas operassem em território venezuelano e lhes prometeu US$ 300 milhões. Pediu ainda que os facínoras treinassem milícias paramilitares para defender o seu governo. Correa aceitou dinheiro dos bandoleiros para financiar a sua campanha presidencial, em 2006.

Isso tudo saiu depois de exaustivos estudos do material que estava nos laptops e nos disquetes de Raúl Reyes, o terrorista pançudo — lembram-se? — que havia montado uma base de operações no Equador, com o consentimento do “financiado” Correa. Ainda anteontem lembrei o caso: a Colômbia “invadiu” o território equatoriano, passou fogo nos facínoras e se apossou dos arquivos de Reyes. Submetido à perícia da Interpol, confirmou-se que eles não haviam sido manipulados.

Isso dá conta do pântano em que se meteu o governo Lula, que liderou na OEA os esforços para condenar a Colômbia. Marco Aurélio Top Top Garcia, o Rei do Tártaro, era o mais assanhado para punir o governo colombiano. Em  entrevista ao jornal francês Le Figaro, em março de 2008, disse que o governo brasileiro era neutro sobre o caráter terrorista das Farc e previu que a Colômbia ficaria isolada na América Latina. O Rei do Tártaro estava empenhado em punir as vítimas.

O Brasil aparece no relatório como um dos países que acabaram enredados nas tramóias entre as Farc e Hugo Chávez. Enredados? Não! O governo Lula e os petistas foram membros ativos da lambança. Como esquecer o inesquecível Garcia, com seu chapéu Panamá, no meio da mata, indo “resgatar” reféns em operações patrocinadas por Hugo Chávez? Vale dizer: o canalha sustentava a bandidagem para posar de libertador de suas vítimas, tendo os brasileiros como coadjuvantes. Quando armas do Exército venezuelano foram encontradas com os narcoterroritas, o que o próprio Chávez admitiu, o megalonanico Celso Amorim afirmou que não havia provas.

Fórum de São Paulo
Tudo muito explicável no fim das contas. Chávez e Raúl Reyes, segundo depoimento do próprio ditador da Venezuela, cujo filme já publiquei aqui, viram-se pela primeira vez no Fórum de São Paulo, de que Lula e Fidel Castro são fundadores. As Farc eram companheiras dos petistas na entidade — oficialmente, estão fora, coisa em que ninguém acredita. O secretário-geral do Fórum, hoje, é o petista Valter Pomar, membro do diretório nacional do PT e ex-secretário de Relações Internacionais do partido.

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É o fórum que coordena a “esquerdização” da América Latina. Rafael Correa e Evo Morales foram eleitos com o apoio de Lula; o candidato do grupo no Peru, hoje, é Ollanta Humala. Seus “marqueteiros” são o próprio Pomar e, pasmem!, Luís Favre (ex-Marta Suplicy). A alternativa é Keiko Fujimori, e a melhor saída, o aeroporto… Essa gente é fiel. A posição inflexível do Brasil na defesa do golpista Manuel Zelaya, em Honduras, é parte de uma estratégia dos petistas para a América Latina. Há divergências com Chávez e coisa e tal? Muitas! No essencial, estão juntos.

De volta ao material
O material examinado pelo IISS é rico em referências também ao Brasil, não só à Venezuela e à Colômbia. No dia 31 de julho de 2008, a revista colombiana Cambio publicou uma reportagem em que afirmava que a presença das Farc no Brasil “chegou até as mais altas esferas” do governo brasileiro, ao PT, a líderes políticos e ao Poder Judiciário.

Nos e-mails de “Reyes” — cujo nome verdadeiro era Luis Edgar Devia — são mencionados “cinco ministros, um procurador-geral, um assessor especial da Presidência, um vice-ministro, cinco deputados, um vereador e um juiz superior” brasileiros. Algumas mensagens foram escritas durante o processo de paz da Colômbia, entre 1998 e 2002, “e envolvem um prestigioso juiz e um alto ex-oficial das Forças Armadas brasileiras”. A mesma reportagem diz que “a expansão das Farc na América Latina não incluiu apenas funcionários dos governos de Venezuela e Equador, mas também importantes dirigentes, políticos e altos membros do PT”.

A “Cambio” cita o ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu; o ex-ministro de Ciência e Tecnologia Roberto Amaral; a então deputada distrital Erika Kokay (PT); o chefe de Gabinete da Presidência da República na gestão Lula, Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral da Presidência; o então ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim; o Top Top Garcia;  o à época subsecretário de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Perly Cipriano; Paulo Vannuchi, então ministro dos Direitos Humanos e hoje organizador do Instituto Lula, além do assessor presidencial  do governo Lula, Selvino Heck.

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A revista afirmou que teve acesso a 85 e-mails de “Reyes” entre fevereiro de 1999 e fevereiro de 2008 enviados e respondidos pelo líder máximo das Farc, “Manuel Marulanda”, ou “Tirofijo”, cujo nome verdadeiro era Pedro Antonio Marín. Ainda segundo a “Cambio”, há mensagens de “Reyes” para o chefe militar das Farc, “Mono Jojoy” (cujo nome verdadeiro é Jorge Briceño), para Francisco Antonio Cadena Collazos (conhecido como padre Olivério Medina e também “Cura Camilo”), que atua como delegado das Farc no Brasil, e de todos eles para dois homens identificados como “Hermes” e “José Luis”.

“Cura Camilo”, preso em São Paulo em agosto de 2005, vivia no Brasil havia oito anos e foi beneficiado com uma proteção especial por ser casado com uma brasileira. Em 2006, o Comitê Nacional para Refugiados (Conare) concedeu a “Cura Camilo” o status de refugiado, decisão que pesou bastante para o Supremo Tribunal Federal (STF) negar seu pedido de extradição para a Colômbia. “Cura Camilo” foi “chefe de imprensa” da guerrilha colombiana no início dos frustrados diálogos de paz em San Vicente del Caguán. O LEITOR DEVE SE LEMBRAR QUE A ENTÃO MINISTRA DILMA ROUSSEFF TRANFERIU A MULHER DO TERRORISTA PARA O MINISTÉRIO DA PESCA, EM BRASÍLIA.

O chamado “dossiê brasileiro” diz que estas mensagens “revelam a importância do Brasil na agenda externa das Farc (…) para dar suporte à estratégia continental da guerrilha”. As Farc, acrescenta a “Cambio”, aproveitaram a conjuntura criada pela chegada de Lula e do PT ao poder para alcançar “as mais altas esferas do governo”.

É isso aí, leitor! Ao longo dia, cumpre lembrar outras intimidades entre todos esses patriotas.

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