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EUA e Europa precisam parar com videogame sangrento e ocupar o território do terror

Não dá mais para brincar de jogos de guerra; é o mínimo que Obama e europeus devem à civilização depois das burradas que fizeram

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 00h06 - Publicado em 16 nov 2015, 06h39

EUA e Europa precisam parar com seu videogame sangrento. Terão de fazer guerra de verdade, daquelas com sangue, suor e lágrimas, se quiserem forçar o recuo da besta que foi despertada nos desertos morais da Síria, do Iraque, da Líbia, com potencial para produzir ainda muita destruição e morte do Oriente Médio e centro-norte da África.

Depois dos atentados terroristas, a França lançou um bombardeio aéreo maciço contra bases do Estado Islâmico na Síria. Serão ineficazes. Uso de novo a palavra “besta”, sinônimo aqui do demônio e do mal absoluto. O jihadismo não tem limites. Não existe um conjunto de valores morais que sirva de referência para perfilar o inimigo. São capazes de qualquer coisa. Bombardeios dessa natureza acabam vitimando mulheres e crianças, tornadas escudos humanos.

É óbvio que isso já não basta. O terrorismo não pode ter um território — e hoje tem. As ditas potências ocidentais vão ter de sentar à mesa com a Rússia e organizar a incursão terrestre. É preciso perseguir e eliminar Abu Bakr al-Bagdadi, o chefe do Estado Islâmico, e toda a cadeia de comando do reino da barbárie.

É claro que o custo de uma operação como essa — inclusive o custo político — será imenso. Mas é a consequência dos erros brutais cometidos por Obama e pelos aliados europeus. É estupefaciente que o presidente americano e os entusiastas da dita Primavera Árabe nunca tenham se perguntado a origem do armamento pesado que os ditos defensores da “democracia” empregavam na Síria. Ou que haviam empregado antes na Líbia. Desde quando guerrilheiros, tenham eles a convicção que for, dispõem de caças, baterias antiaéreas, tanques?

De forma absolutamente irresponsável, estúpida, os EUA decidiram, ora vejam, armar os ditos rebeldes sírios — e, como já ficou evidente, armas e recursos acabaram caindo nas mãos dos terroristas, mais uma vez. A política errática — ou a política nenhuma! — de Obama abriu caminho para o protagonismo de Vladimir Putin na Síria, que entrou na guerra, mas não exatamente para atingir o Estado Islâmico, e sim os outros inimigos de Assad.

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E os erros americanos se multiplicam porque, a esta altura, parece evidente que Assad não vai cair — quem ascenderia ao poder? — e que a redução de dano possível implicará fortalecer o ditador. A prioridade, agora, é recuperar o vasto território que caiu nas mãos do terrorismo.

É certo que isso, por si, não resolve a questão interna. A Europa viverá sob o clima de medo por muito tempo. E está mais exposta do que nunca a novos atentados terroristas. No período de acirramento dos conflitos, com ou sem a ação por terra, tal risco será brutalmente aumentado.

Atenção: o trânsito de cidadãos europeus, com origem árabe ou não, para a pátria do terror já era grande. E não há razão nenhuma para desconfiar da afirmação do Estado Islâmico de que, com a leva de imigrantes, seguiram os emissários da morte. Sim, a ameaça pode estar em toda parte, mas uma coisa é certa: sem tomar de volta o território que hoje ambiciona ser uma pátria, não há reversão possível da barbárie.

E isso terá de ser feito por terra. Obama e os europeus terão de parar de brincar de videogame e joguinhos de guerra. Desta vez, tem de ser pra valer.

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