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Emir Sader e Luis Fernando Verissmo como analistas econômicos

Peninha, né? Então o capitalismo não acabou nem vai acabar! Pois é! Na hora “h”, apareceu Bush em seu cavalo, na ótima charge publicada pela VEJA desta semana, e resolveu pôr um pouco de ordem na bagunça. Haverá turbulência por algum tempo, os mercados nunca mais serão os mesmos, novos procedimentos corretivos e preventivos serão […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 18h56 - Publicado em 21 set 2008, 07h45
Peninha, né? Então o capitalismo não acabou nem vai acabar! Pois é! Na hora “h”, apareceu Bush em seu cavalo, na ótima charge publicada pela VEJA desta semana, e resolveu pôr um pouco de ordem na bagunça. Haverá turbulência por algum tempo, os mercados nunca mais serão os mesmos, novos procedimentos corretivos e preventivos serão adotados — a própria existência de um Fed com essas características, saibam os botocudos, surge de uma crise —, e o mundo seguirá produzindo riqueza e fazendo política para responder à necessidade de reparti-la. Ou melhor: a parte do mundo onde houver economia de mercado fará isso. Aonde ela não chegar, chefes de “tribo”, muitos deles com terno e gravata, continuarão a manter seus povos na miséria, na ignorância, no subdesenvolvimento. Como Evo Morales. Como Hugo Chávez. Como ditadores africanos e árabes.

É impressionante! Da noite para o dia, os dinossauros tomaram conta do debate. E de todos os lados — sim, alguns vindos da direita ou do que imaginam ser a direita, sei lá eu. Ate o tocador de trompete do petismo, Luís Fernando Veríssimo, resolveu dar pitaco em economia. Ele também tira uma casquinha no “neoliberalismo” socorrido pelo estado. Huuummm… Emir Sader, expoente do, por assim dizer, “pensamento” de esquerda no Brasil, já alertou os seus leitores: nada de gargalhar com a crise! Os capitalistas, segundo ele, são terríveis e tentarão dar um jeito de sair dessa. Bidu! Sader está no poder, é bom que eu lhe avise. Na Bolívia! Ele é a principal influência intelectual do verdadeiro presidente do país, que não é aquele índio de aterrorizar festinha infantil, aquele misto de Mercedes Sosa com o trapalhão Zacharias. O chefe do país é o vice-presidente, o branco Álvaro Linera, metido a intelectual. Juro! Sader é seu guia. Sader é guia de alguém! A Bolívia vai mudar de nome: lá se instalarão os Emirados Sáderes.

Mas só os dinossauros de esquerda e tocadores de instrumentos de sopro estão fazendo pouco do “neoliberalismo”? Oh, não! Boa parte do colunismo pátrio também: “Viram? Vejam o que fizeram os neoconservadores!” Olhem aí. Até parece que, nos anos da exuberância irracional e da especulação, como eles dizem, nada mais se produziu além de miséria. Em que outro período da história, pensados os últimos 20 anos, tantos foram retirados da miséria em tão pouco tempo? A crise que está aí não é a primeira nem será a última. E o estado tem de entrar mesmo para arrumar a casa quando se instala a desordem. Ou serve para quê?

É por isso que o estado cobra impostos; é por isso que lhe entregamos boa parte da nossa liberdade individual; é por isso que aceitamos, sem resistência, o pacto social que ele nos impõe; é por isso que acedemos à existência de Três Poderes que regulam a nossa vida muito além do que gostaríamos — só sentem conforáveis com o mandonismo estatal aqueles que já se renderam à mentalidade da senzala e se apaixonaram pelo chicote. “Ah, mas a intervenção poderia ter sido feita antes”. É mesmo? Quando? Sob que condições? Quando foi, na historia da humanidade, que esse estado interventor gerou mais riqueza e mais bem-estar? Nunca!

É evidente que o estado não deve socorrer empresa quebrada. Que quebre! É do jogo. Mas é preciso distinguir esse tipo de intervenção, muito comum em Banânia, da chamada crise sistêmica, da quebradeira geral — que não puniria apenas as empresas incompetentes e os especuladores. Também o dinheirinho no banco do homem comum, que é o verdadeiro dono da grande massa do meio circulante do sistema, iria para a cucuia. E esse “Homem Comum” precisa confiar nas regras — e restaurar a confiança, como deixa claro Márcio Aith em reportagem na VEJA desta semana, era essencial. E o governo americano vai fazê-lo. E tem de fazê-lo.

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É realmente impressionante o poder da esquerda intelectual para ditar vagas de opinião, inclusive na imprensa, mesmo essa que os botocudos dizem ser “conservadora”, “burguesa”. Com raras exceções, ela dá a palavra de ordem. Que tipinhos ordinários! Acreditam que a simples adesão à crítica aos “neoliberais” — seja lá o que essa palavra signifique — já os torna homens justos, decentes.

E, bem, claro: colabora para a cafajestada ideológica o fato de o presidente dos Estados Unidos ser George W. Bush — ainda não sei como ninguém pensou em ligar a guerra do Iraque à crise do mercado subprime… Mas que digo eu? Alguém já deve ter feito isso. “Ah, é que aquele republicano deixou tudo correr solto, sem regras”. É? Que mudança fundamental os republicanos fizeram no mercado herdado do “progressista” Bill Clinton? Ademais, felizmente, em países que, de fato, têm forte tradição liberal, o governo não fica se metendo a toda hora no mercado — e não tem de se meter mesmo. “A Europa sempre foi mais cuidadosa”. Invejam também seus índices de desemprego?”

O mercado, ainda bem!, nunca mais será o mesmo. Aliás, se existe um “ente” que aprende depressa com a experiência é esse tal mercado. É isso aí: o mundo não acabou nem vai acabar. E o capitalismo também sobreviveu. Viram? Emir Sader tinha nos avisado que essa gente perversa daria um jeito de se safar.

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