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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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DITABRANDA, DITADURA E SUJEIÇÃO VOLUNTÁRIA

httpv://www.youtube.com/watch?v=qTf0SYnNMNk&feature A Rede Globo cometeu um grande erro ontem ao retirar do ar a propaganda institucional em homenagem a seus 45 anos (filme acima). A petezada, Marcelo Branco à frente (aquele da valorização das ações da Telebras), pago para criar ondas de opinião na rede, liderou a acusação estúpida de que se tratava de campanha […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 15h30 - Publicado em 20 abr 2010, 06h59

httpv://www.youtube.com/watch?v=qTf0SYnNMNk&feature

A Rede Globo cometeu um grande erro ontem ao retirar do ar a propaganda institucional em homenagem a seus 45 anos (filme acima). A petezada, Marcelo Branco à frente (aquele da valorização das ações da Telebras), pago para criar ondas de opinião na rede, liderou a acusação estúpida de que se tratava de campanha subliminar para a candidatura do tucano José Serra. Na nota emitida, a Central Globo de Comunicação informa que a peça foi preparada antes de qualquer candidatura ou slogan criado. Mas, afirmou, suspendeu a sua veiculação para “não dar pretexto para ser acusada de ser tendenciosa”. Ou seja: nega o crime de que é acusada, mas reconhece a autoridade de seus autoproclamados juízes. A nota é um desastre de… comunicação!!!

A estupidez é de tal sorte que se chegou a falar que a Globo não comemorou 25 ou 35 anos… Por que comemoraria os 45? Trata-se, claro de uma mentira cretina. Aqui estão os vídeos dos 25 anos, dos 30 e dos 35 anos. Vale dizer: há 20 anos pelo menos — não encontrei referência anterior —, a globo faz campanha institucional pelos seus qüinqüênios ou lustros… Mas 45 não pode! É número tucano! Só se a emissora comemorar também algum programa que esteja fazendo 13 anos… Questão de isonomia!

O tal Branco, aquele da valorização das ações da Telebras, depois de verificar que a sua patrulha havia sido bem-sucedida, afirmou que sua chefe, Dilma Rousseff, não tinha nada a ver com a acusação, que era coisa da militância mesmo… Claro! Dilma é uma amante da liberdade de imprensa e de expressão, como sabemos. Ela está empenhada em convencer os veículos de comunicação dessa sua vocação libertária. Seus rapazes é que são muito zelosos às vezes.

Criar caso
O PT está se especializando em acuar os veículos da imprensa que os petralhas chamam “golpistas”, obrigando-os a admitir o que não fizeram, ameaçando-os com uma suposta corrente de opinião que, de resto, é falsa. Ontem, por exemplo, ficaram orgulhosíssimos do fato de 4.500 (!!!) internautas terem assistido à intervenção ao vivo de Dilma, depois de o “evento” ter sido alardeado ad nauseam pela “rede”. O quê? 4.500? Se eu tivesse só 4.500 leitores, creio que a VEJA diria: “Rei, Rei, você é um cara legal e tal, mas isso é muito pouco…” E seria mesmo uma merreca! Grandes veículos de comunicação estão confundindo barulho na Internet com leitor. São coisas muitos diferentes.

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Tentaram fazer com a vinheta da Globo o que fizeram com a Folha no episódio da tal “ditabranda”. O editorial em questão nem mesmo assumia o conceito como válido — de resto, não foi inventado pelo jornal. Só para recuperar o trecho e contribuir para acabar com o mito inventado pelos subintelectuais petistas, escreveu-se lá:
Mas, se as chamadas “ditabrandas” -caso do Brasil entre 1964 e 1985- partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça-, o novo autoritarismo latino-americano, inaugurado por Alberto Fujimori no Peru, faz o caminho inverso. O líder eleito mina as instituições e os controles democráticos por dentro, paulatinamente.

Só o analfabetismo ou a má fé, ou a duas coisas somadas, podem sustentar que se está acatando o termo. O adjetivo “chamadas” deixa claro que é um conceito que está, digamos, no mercado das idéias, não necessariamente admitido pelo editorial. Mais: a palavra entre aspas evidencia essa conceituação alheia. O termo serviu para designar a forma que tomou a ditadura no Brasil, por exemplo, que, com efeito, foi muito diferente das outras ditaduras latino-americanas. E isso não quer dizer que tenha sido boa.

A gritaria dos “intelectuais” e da “rede” levou a Folha a uma espécie de mea-culpa, a que compareceram até alguns articulistas do jornal. Fábio Konder Comparato, este notável democrata, chegou a sugerir que o diretor de Redação da Folha pedisse perdão de joelhos. Como se fazia durante a revolução cultural da China maoísta! O “escândalo da ditabranda” nunca existiu! Foi inventado pelos petistas — que fingiram estar pessoalmente agravados pela suposta ofensa. Ainda que ela tivesse existido, quem os fez monopolistas da resistência à ditadura? Com quem os petistas estavam dividindo tamanha indignação? Certamente não era com Delfim Netto, um dos signatários do AI-5, em suas conversas com Lula, quando faz crer ao interlocutor que ele entende até de economia. Delfim é mesmo danado!

Mandaram-me dia desses, aliás, um comentário do tal Marcelo Branco, aquele da valorização das ações da Telebras, atribuindo ao tucano Eduardo Graeff a criação da palavra “ditabranda”… De fato, Graeff empregou certa feita a palavra num artigo, em tom crítico, justamente para descaracterizá-la. Se Branco estudasse um pouco e conseguisse pensar algo com mais de 140 toques, saberia que a expressão “ditabranda” é antiga e nem é criação brasileira. Pouco importa isso agora.

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Quando os petistas querem sacanear a Folha, patrulhá-la, posando de vítimas, lá vem a pecha: “É o jornal da ditabranda”! Como a própria Folha, de algum modo, admitiu um erro que não cometeu, eles se consideram vitoriosos. E, agora, fizeram o mesmo com a Rede Globo. E não vão parar. O objetivo é acuar os veículos e empurrá-los para uma forma de autocensura. Os petistas pretendem ser aqui mais ou menos como aquelas polícias religiosas de algumas ditaduras islâmicas: estão sempre nas ruas para vigiar os costumes.

Colaboracionismo
Sua ação é bem-sucedida? Acaba sendo, sim. Desde meados da noite de ontem e até quando escrevo, a manchete de “Brasil” da Folha Online, do mesmo grupo que entrou na dança da “ditabranda” é esta: “Globo tira jingle do ar após PT críticar mensagem pró-Serra”. É claro que se trata de um absurdo porque a formulação acata como verdade aquilo que é uma fantasia do PT. A patrulhada Folha, como se nota, presta um serviço a seus patrulhadores.

Com o PT, como se nota, não tem ditabranda. Eles querem é ditadura mesmo! E seu trabalho pode ser facilitado pela sujeição voluntária.

PS – Ah, sim: os patrulhados podem se preparar. Lobos ficam viciados em cordeiro.

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