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Dilma chama Delcídio de “filho da p”, mas isso não é argumento; ela sabe que, comprovada a acusação, pode ir para a cadeia

Polícia Federal e Ministério Público Federal terão de apurar se Delcídio fala a verdade ou mente ainda que Zavascki venha a rejeitar os benefícios da delação. As duas coisas estão ligadas, mas uma não depende da outra. Homologar ou não a colaboração é coisa que só diz respeito a Delcídio. Investigar se suas acusações são procedentes é coisa que diz respeito ao país

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h23 - Publicado em 4 mar 2016, 05h30

Quando a presidente Dilma ficou sabendo do teor da reportagem da revista IstoÉ, que trazia o conteúdo da delação do senador Delcídio do Amaral, fez algo de seu costume quando contrariada: soltou um palavrão. “Esse filho da p…”, teria dito, segundo informa a Folha. Ocorre que “filho da p…” não é argumento.

Foi preciso emitir depois uma nota. Seu chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, também falou. Nem um nem outro se ocuparam de negar as acusações tenebrosas do senador. Preferiram ficar na periferia do legalismo: o vazamento é criminoso e seletivo; agora a delação não vale mais (como se isso fosse problema do governo), é preciso respeitar a presunção de inocência etc. Parecia tratar-se de uma tertúlia jurídica.

Um pouco antes, José Eduardo Cardozo, nomeado advogado-Geral da União, tinha dado uma violenta entrevista contra Delcídio, acusando-o de contar mentiras. Não só isso: sugeriu que o senador chantageava o governo. Pois é… Com quais armas, não é mesmo?

Em seguida, o tom beligerante mudou para o legalismo aborrecido.

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Dilma sabe o que a aguarda. Homologada ou não, as denúncias terão de ser investigadas. Mas duvido um pouco que Teori Zavascki, relator do petrolão, vá recusar. Faria pesar sobre o tribunal tal sombra de suspeita que a rejeição seria o atalho mais curto para a desmoralização.

Insisto: Polícia Federal e Ministério Público Federal terão de apurar se Delcídio fala a verdade ou mente ainda que Zavascki venha a rejeitar os benefícios da delação. As duas coisas estão ligadas, mas uma não depende da outra. Homologar ou não a colaboração é coisa que só diz respeito a Delcídio. Investigar se suas acusações são procedentes é coisa que diz respeito ao país.

E por que Delcídio e seu advogado divulgaram uma estranha nota afirmando que não reconhecem o documento que veio à luz como a delação do senador? Tudo indica que o vazamento se deu mesmo ao arrepio do próprio autor das acusações, em circunstâncias que envolvem até certa picardia.

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Mas não vou entrar nessa conversa. O fato é que a fala de Delcídio é de tal sorte grave que, a ser tudo verdade, Lula e Dilma acabarão na cadeia. Entre outras acusações, pesa contra a dupla obstrução da Justiça e manipulação de CPI. Contra o Poderoso Chefão, há ainda acusações de pagamento de chantagem e de suborno. Dilma, por sua vez, afirma o senador, conhecia os detalhes da desastrada operação da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

O que se viu nesta quinta-feira foi um governo completamente aturdido, sem saber a que coisa ou a quem apelar.

É claro que não pode continuar aí a nos infernizar por mais três anos.

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