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Delação de Odebrecht prova a existência do “País dos Petralhas”

Quem leu “O País dos Petralhas I e II” sempre soube que o PT era mais do que um grupo de assalto aos cofres. Mas a comprovação choca ainda assim

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 23 dez 2016, 07h57 - Publicado em 23 dez 2016, 03h29

Não há a menor dúvida, e nunca ninguém precisou de delações premiadas para chegar a esta conclusão, de que o PT não é o único partido do país a receber dinheiro de campanha pelo caixa dois. Pode-se ainda apimentar a coisa: não tem o monopólio no recebimento de propina. Da mesma sorte, os corruptos do país não estão todos abrigados na legenda. É claro que os há também nas demais.

Aliás, neste blog, que está no seu 11º ano, nunca se disse nada parecido. Uma coisa, no entanto, afirmo sobre o petismo desde sempre: os companheiros se organizaram, na verdade, para assaltar o Estado de Direito. O assalto aos cofres públicos era apenas um dos instrumentos para realizar tal intento. Outros foram empregados, como o uso, e nem faz tanto tempo assim, de setores da Polícia Federal para liquidar com os adversários do PT.

Pois bem. Os vazamentos das delações premiadas continuam. A Folha informa que, em seu depoimento, Marcelo Odebrecht revelou que aquela espécie de conta corrente que a empresa mantinha em nome de Lula, abrigada no tal Setor de Operações Estruturadas, buscava financiar operações que mantivessem o chefão petista como uma pessoa influente no Brasil e no mundo, mesmo estando fora do poder.

Bem, eu sempre soube disso sem saber, não é? Os textos que estão nos livros “O País dos Petralhas I e II” informam precisamente um conjunto de ações que buscavam fazer do PT um imperativo categórico da política e único partido com condições de conduzir o governo federal. Todo o resto estaria em sua órbita, inclusive os opositores.

Essa conta corrente, segundo os delatores, era operada por Antonio Palocci, que sempre foi o petista graúdo mais próximo de Lula. A compra do tal terreno que abrigaria o instituto estava lançada nessa contabilidade. Tudo indica que também a ajuda que a empreiteira prestou a candidatos de esquerda da América Latina buscava, em última instância, fazer do petista o grande líder regional. Ou por outra: o Apedeuta não procurou consolidar essa liderança porque, afinal, o Brasil é o país mais rico, com o maior território e a economia mais diversificada… Nada disso! Segundo as delações, o Babalorixá de Banânia preferiu comprar essa liderança.

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O exemplo mais claro dessa operação foi o dinheiro que a empreiteira repassou para a campanha de Mauricio Funes, que se elegeu presidente de El Salvador em 2009. A bolada de R$ 5,3 milhões, enviada pela Odebrecht, foi repassada por intermédio de “Feira”, codinome de João Santana, que foi marqueteiro de Funes. Nota: o dito-cujo pediu asilo à Nicarágua. Na verdade, fugiu. É acusado de corrupção e desvio de dinheiro público em seu país.

Bem, as respectivas defesas de Lula e Palocci negam as irregularidades e não comentam as delações, acusando os vazamentos de criminosos. Eu já escrevi aqui quinhentas vezes que vazamentos não são exatamente o melhor exemplo de republicanismo. Por isso mesmo, defendo que tudo seja tornado público, sem sigilo nenhum.

Mas parece difícil negar a evidência de que a empreiteira era a financiadora de uma personagem de aspirações globais chamada Lula. E a construção de tal figura se deu à custa da quebra de parâmetros legais, constitucionais, morais, éticos, econômicos e técnicos. Nada que a esquerda já não tenha feito antes. Nada que os leitores de “O País dos Petralhas I e II” já não soubessem.

Ainda assim, não deixa de ser chocante o depoimento de Marcelo Odebrecht.

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Então era mesmo tudo verdade.

E agora me dou conta das vezes em que as pessoas chegavam para mim e diziam, em passado nem tão remoto assim: “Você não exagera quando aponta a vocação ditatorial do PT?”.

Não! Eu não exagerava.

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