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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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De Duda Mendonça a João Santana: o jeito petista de evoluir

Considerando as figuras do petismo que já foram parar atrás das grades, a gente é forçado a considerar que a turma se parece mais com uma organização criminosa do que com um partido

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h29 - Publicado em 22 fev 2016, 16h16

 

O PT foi fundado em 1980. Dois presidentes da legenda foram parar na cadeia, e um continua lá: José Genoino e José Dirceu. Dois tesoureiros já foram presos: Delúbio Soares e João Vaccari Neto. Um secretário-geral entrou para o anedotário, embora se saiba agora que a Land Rover que recebeu então “de presente” era só o fio de meada de um modo de fazer política: Silvio Pereira.

Uma da mais importantes expressões políticas do partido, o ex-deputado João Paulo Cunha, que presidiu a Câmara na fase gloriosa da legenda, também foi parar atrás das grades. Líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral (MS) foi trancafiado no exercício do mandato, o primeiro caso na história. Elencados apenas os fatos, isso se parece menos com um partido político do que com uma organização criminosa.

E, ora vejam, os dois marqueteiros que fizeram história no partido também deixam sua marca registrada na área penal. Duda Mendonça, é bem verdade, chegou a ser preso porque participava de uma rinha de galos, coisa que é proibida no Brasil. Com João Santana, parece, a coisa será mais séria.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal encontraram transferências de US$ 7,5 milhões de investigados da Lava Jato para a conta da offshore Shellbill Finance S.A., controlada pelo marqueteiro e por sua mulher e sócia, Mônica Moura. A offshore, baseada no Panamá, não foi declarada às autoridades brasileiras. Desse montante, US$ 3 milhões foram transferidos pelas offshores Klienfeld e Innovation Services, entre 13 de abril de 2012 e 08 de março de 2013. Os investigadores afirmam que essas empresas pertencem à Odebrecht. Santana teve a prisão preventiva decretada.

Pois é… Durante a CPI dos Correios, que era o nome oficial da CPI do Mensalão, Duda Mendonça admitiu que recebeu dinheiro numa conta no exterior pelos serviços prestados ao PT na campanha eleitoral de 2002. Ele e sua sócia, Zilmar Fernandes, tornaram-se réus do mensalão. Ficou evidenciado que a conta Dusseldorf, uma offshore nas Bahamas, recebeu o correspondente a R$ 10,4 milhões de reais referentes a restos que o PT tinha a pagar pela campanha de 2002.

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A abertura da conta na agência do Banco de Boston em Miami (Estados Unidos), afirmou Duda, foi uma exigência de Valério, feita em nome do PT, para que houvesse o pagamento. Duda e Zilmar acabaram absolvidos pelo Supremo das acusações de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A confissão que ele fez na CPI lhe custou o afastamento do PT.

O homem que inventou o “Lulinha Paz e Amor” e que edulcorou a face do PT para as classes médias e para o empresariado não poderia mais servir à causa. Afinal, sabem como é…, no petismo, a ordem é negar sempre, nunca confessar, nem que seja surpreendido de calça na mão, dando aula de anatomia para a vizinha (ou vizinho, em tempos de guerra de gênero). Tem de dizer: “Não é o que você está pensando”, a exemplo do que fazem o “chefe” (Lula) e a “madame” (Marisa Letícia) com o sítio de Atibaia e o tríplex no Guarujá.

Parece mesmo, até onde se alcança, que a conta de Duda Mendonça era, vamos dizer assim, uma operação “ad hoc”, criada para viabilizar o pagamento por intermédio de um dinheiro que o PT havia conseguido por aqui Deus sabe como… Legal é que não era — daí o pagamento clandestino.

Duda ficou preso por algumas horas em razão de uma rinha de galos, algo jocoso em sua biografia. Onde esta se misturou com o mundo do crime, consideraram sete ministros do Supremo, não houve dolo. De lá pra cá, no entanto, as coisas mudaram bastante.

Tudo indica que Santana resolveu ser bem mais do que um marqueteiro. Não foi um mero substituto de Duda Mendonça nas artes do ilusionismo político. Confirmados os fatos que levaram à decretação de sua prisão preventiva, ele não é mera personagem incidental daquela organização cujos principais líderes parecem mesmo vocacionados para a cadeia.

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É claro que as coisas podem se complicar e muito! Afinal, João Santana não serviu apenas a Lula, não é mesmo? O dinheiro encontrado na sua conta foi transferido durante a gestão da senhora Dilma Rousseff.

Já escrevi algumas vezes e reitero: Dilma deveria renunciar ao mandato enquanto a sociedade brasileira ainda não começou a se esgarçar. Como é que essa gente acha que vai conduzir o país até 2018? Passando todas as horas do seu dia, todos os dias do mês, todos os meses do ano e todos os anos do mandato a arrumar explicações inverossímeis para a penca de crimes cometidos, enquanto o país afunda na recessão e na desesperança?

Presidente Dilma, dê um tempo ao Brasil, por favor!

Cinquenta meses foram suficientes para a senhora dizer a que veio. E vamos pagar o pato por isso por muito tempo!!! Abrevie a agonia dos brasileiros e renuncie.

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