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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Como Joice, a apedeuta, descobriu conspiração para internar Lula

Aqui, flagrantes do modo como Joice Hasselmann exerce aquilo que se atreve a chamar de jornalismo. E se evidencia uma vez mais sua colossal ignorância

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 23 fev 2017, 11h00 - Publicado em 21 fev 2017, 03h42

Leiam este maravilhoso tuíte de Joice Hasselmann, que, a esta altura, todos sabem quem é.

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Volto a ele mais tarde. A tal prossegue na sua sanha sem limites, disparando ameaças — como se ela dispusesse de alguma outra arma além da calúnia, da injúria e da difamação. Fazer o quê? Que a Justiça seja o foro.

Não é de hoje que me ataca sorrateiramente em seus vídeos, sempre me diziam. Ainda que eu tenha dado uma resposta que as pessoas que com ela conviveram sabem ser exata, é claro que eu não deveria tê-lo feito. Mas esse “não deveria” nada tem a ver com o que alguns consideram “um exagero”.

Ocorre que ela estava em busca de palanque. Literalmente. Ela vai se candidatar. Gostem ela e seus amigos ou não, o fato é que sou reconhecido pelo establishment político como uma referência de pensamento conservador, e ela e alguns de seus aliados de ocasião não passam de caricaturas que oscilam do gênero boneca inflável ao velho caquético.

Joice não apura nem sabe nada porque as pessoas relevantes não falam com ela. Têm medo. E há, claro!, os muito destemidos. Sempre se arrependem.

Quando esta senhora não está inventando bastidores inexistentes da política, está submetendo a notícia produzida pelos grandes veículos a seu acelerador de ofensas.

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O complô para internar Lula
Chegou a fazer um vídeo asqueroso assegurando que um complô de médicos de um grande hospital iria asseverar que o câncer de Lula havia voltado só para evitar que Sergio Moro o prendesse.

Isso nunca aconteceu. Isso é mentira. E ela teve a ousadia de revelar a sua fonte. Prestem atenção: “Eu vou contar para você o que está acontecendo e que circula no mais restrito círculo do mais informado grupo que acompanha aí os bastidores da política brasileira”.

Não tente saber onde fica, leitor! É um círculo íntimo.

E de matéria desse gênero se compõe boa parte das tolices que diz na Internet, para gáudio dos que a acompanham.

O vídeo já foi acessado no YouTube mais de 330 mil vezes. Está aqui para os de estômago valente. É pura invenção. E feita de modo covarde. Todos sabem que Lula foi e é paciente do Hospital Sírio-Libanês. Ela conta mentira, mas burra não é. Falasse o nome da instituição, tomaria um processo na testa. Então age como a covarde que é: insinua.

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Como sabe que há cretinos que salivam só de ouvir uma crítica ao PT e às esquerdas, ela secreta o que eles querem consumir.

O tuíte
Joice é o que de pior a direita pode abrigar porque sua ignorância sobre política — e sobre qualquer assunto — conspurca o pensamento. E não é ignorância leve, não! Cometer erros num texto é coisa corriqueira. Eu mesmo constato os que deixo passar — certamente os haverá neste também — e me martirizo depois. Corrijo-os. Ninguém está livre.

Mas uma coisa é certa: as pessoas que vivem de escrever se dividem em dois grupos: as que põem e as que não põem vírgula entre o sujeito e seu verbo. É um sintoma. Sempre que me foi dado contratar alguém, essa era a questão número zero.  É o sujeito meter lá a dita-cuja, e, podem crer, toda uma cadeia de outras ignorâncias se revela.

Releiam o tuíte de Joice que abre este texto. Ela não tem dúvida: “Os que amam meu trabalho VÍRGULA já amam a verdade. Amo meu público, que carece de VERDADEIROS JORNALISTAS”.

Está tudo dito.

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Ela conta com gente que “ama” o que ela chama de “trabalho”. E, assegura, isso é “amor pela verdade”. Verdade da qualidade daquela do vídeo sobre a internação de Lula. A mulher não tem leitores, espectadores, internautas, ouvintes… Ela tem “público”. Que esta senhora transforme o que chama de “jornalismo” num espetáculo burlesco, não se duvide.

Mas vamos além. Joice ignora o sentido da palavra “carecer”, que, no caso, significa “ter necessidade de”, “precisar de”. Na sua bazófia, essa coitada gramatical quis dizer que seu “público NÃO carece de verdadeiros jornalistas”.

Revelou a verdade sem querer. Sim, seu público, de fato, CARECE de verdadeiros jornalistas. E quem continua com ela NÃO CARECE, uma vez que ela, com efeito, não é uma “verdadeira jornalista”.

Sim, Joice é do tipo que mete vírgula entre o sujeito e seu verbo. Joice é do tipo que inverte, por ignorância, o sentido de um verbo de uso corrente. Mas, claro!, ela também é do tipo capaz de vomitar ironias grosseiras contra Lula, Dilma e os petistas, acusando-os de ignorantes. Afinal, sabem como é, ele é nordestino, não tem dedo, é grosseiro, não sabe beber champanhe…

Tentativas toscas
Lá entre seus amigos, segue fazendo intrigas. Agora, resolveu evocar supostas conversas privadas com Augusto Nunes e Carlos Graieb. Segundo ela, ambos falavam mal de mim ou sei lá o quê. Eis a qualidade profissional desta senhora.

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Se Joice acha que vou me indispor com pessoas amigas levando em conta suas baixarias, está errada. Ainda que fosse verdade, a indignidade estaria em revelar a conversa. Se privada foi, privada deveria ter continuado. Ainda que essas pessoas lhe houvessem confiado uma avaliação negativa a meu respeito, a canalhice está em torná-la pública.

Mas, para que alguém chegue a essa avaliação, é preciso ter um mínimo de ética pessoal — nem me refiro à profissional porque o conceito não se encaixa no caso em espécie.

Estratégia O. J. Simpson
Quando os advogados de O. J. Simpson resolveram conquistar a opinião pública para que esta não descobrisse o canalha assassino que se ocultava na figura do astro, não tiveram dúvida: “Por que não acusamos o racismo da sociedade americana e dos acusadores de Simpson?”. Aliás, vejam no Netflix o excelente seriado “‘The People v. O.J. Simpson: American Crime Story”.

Assim fazem alguns inocentes. Eu teria sido “machista” com Joice ao dar relevo a seu comportamento exótico no trabalho e até em alguns vídeos. Num deles, ela tomava champanhe para deixar claro que esse negócio de enfrentar o PT e os esquerdistas também tem seu lado bom e, bem, acima de tudo, “chique”.

É vulgar.

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E não! Não sugeri que ela seja uma prostituta, como dizem alguns cretinos. É mentira! A expressão “Loura do Banheiro”, como a chamei, remete, como o texto deixa claro, a uma fantasia infantil que havia no meu tempo de escola: seria uma senhora misteriosa que assombrava criancinhas. O seu homólogo masculino era “O Homem do Saco” — levava os infantes nas costas para fazer sabão.

Não há no vídeo que gravei qualquer ilação. O que se quer com isso? “Ah, Reinaldo agrediu uma pobre mulher!” E se omitem as acusações irresponsáveis que dirigiu contra mim. Minha crítica a seu estilo tem menos importância. Eu a chamei mesmo é de ignorante e acusei de oportunista e nada convicta a sua luta contra o PT.

A propósito: até 2014, quando apareceu nas telas da VEJA.com, seu antipetismo e seu antiesqueridismo se escondiam onde? Quem ela apoiava em verões passados?

Estou indagando quais são as credenciais intelectuais de Joice para se apresentar como uma direitista. Estou perguntando quais são as suas referências, que autores segue, que pensamento admira, qual é a sua trajetória pregressa.

Deixaram isso tudo de lado.

Não sugeri, não inferi nem insinuei que Joice seja ou tenha sido prostituta. Até porque não costumo apelar a essa condição para atacar pessoas. Respeito a escolha que essas mulheres fizeram. A maioria não deve vender gato por lebre.

Nada disso! Eu acredito, salvo algum evento que evidencie o contrário, que ela ganhou a vida com o seu trabalho conhecido, sem qualquer mácula de ofício que renda conversa na vizinhança.

Ocorre que o dito “jornalismo” de Joice (vejam lá o vídeo sobre Lula) é muito menos respeitável do que qualquer profissão ou escolha que não honram a moral e os bons costumes. E a razão é simples. Ela vende a seu “público”, como ela chama, o que nunca aconteceu e se apropria do trabalho alheio para disparar sua metralhadora de boçalidades.

De resto, não é segredo para ninguém que articula sua candidatura a deputada federal em 2018.

Esse seu destempero já é parte da campanha eleitoral.

Com Bolsonaro para presidente, é claro!

Se conseguir, meus amigos, aquela Câmara entrará numa nova fase.

Nunca mais um caso acabará em pizza por lá.

Só em champanhe francês.

Coisa podre de chique. Como Joice, aquela que tem acesso ao “que circula no mais restrito círculo do mais informado grupo que acompanha os bastidores da política brasileira”.

Esse lugar fica ali pertinho da invenção, na vizinhança da mentira e faz divisa com a trapaça. Trata-se do círculo de delírios megalômanos da autora.

Sem emprego, desmoralizada, teve de recorrer a esses expedientes. Eu jamais teria o mau gosto de comparar essa prática à prostituição. Nem de forma velada.

PS: Não pretendo, não, perder muito tempo com isso. Se nós dois, a menos ocupada, como se sabe, é Joice. Basta ligar a Câmera e pôr as vísceras para trabalhar.

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