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Com Dilma na corda bamba e sem condições de encerrar o mandato, Temer volta a falar em unidade

Disse o vice: “Vamos unir esforços, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário, os setores produtivos, porque é inadmissível que um país como o Brasil hoje tenha milhões e milhões de desempregados. É a iniciativa privada, prestigiada pelo poder público, que pode gerar empregos"

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h21 - Publicado em 7 mar 2016, 08h59

E o vice-presidente, Michel Temer, voltou a falar na unidade do país neste domingo. Ele participou das comemorações dos 174 anos de Tietê, sua cidade natal, no interior de São Paulo.

Com o governo atolado em denúncias, com a delação de Delcídio do Amaral evidenciando como é caudalosa a lama em que está metido o PT; com os companheiros apelando à retórica da irresponsabilidade e da luta de todos contra todos, aquele que sucederá Dilma caso ela venha a sofrer um processo de impeachment preferiu apostar na outra ponta.

Segundo o presidente do PMDB, é preciso investir na “harmonia entre os Poderes da República” e na “conexão  do trabalhador com o empresário” se o Brasil quer sair da crise.

Temer exaltou em seu discurso a chamada “Caravana da Unidade”. O comando do PMDB, com ele à frente, percorre o país defendendo uma plataforma de reformas e de modernização do país. Dezenove Estados já foram visitados. A base da mensagem partidária é o documento “Uma Ponte para o Futuro”, sobre o qual já escrevi aqui.

É aquele documento da Fundação Ulysses Guimarães que defende, entre outras coisas, que se estabeleça um limite para as despesas de custeio, inferior ao crescimento do PIB; que a política de desenvolvimento passe por privatizações e concessões; que o país se dedique a pactos bilaterais com outros países e blocos econômicos; que se crie um programa de avaliação das políticas públicas…

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Pela primeira vez em muitos anos, o PMDB, de fato, tem uma agenda.

Em seu discurso em Tietê, sem citar Dilma Rousseff, afirmou o vice-presidente:
“Vamos unir esforços, o Legislativo, o Executivo, o Judiciário, os setores produtivos, porque é inadmissível que um país como o Brasil hoje tenha milhões e milhões de desempregados. É a iniciativa privada, prestigiada pelo poder público, que pode gerar empregos”.

Em agosto do ano passado, ainda na condição de coordenador político do governo, Temer afirmou que o país precisava de um líder com “capacidade de reunificar a todos”. Foi o que bastou para que seu trabalho, que já estava difícil porque sabotado por petistas, se tornasse impossível. Ele teve de deixar a função, e o governo mergulhou no abismo.

Ainda pautado pela unidade, num momento em que o Executivo, a céu aberto, resolve bater boca com o Judiciário, e em que este entrou em choque com o Legislativo no rito do impeachment, afirmou o vice-presidente:
“Não somos donos do poder, somos meros exercedores do poder. Hoje eu vejo muita desarmonia entre o Legislativo e o Executivo e, às vezes, o Judiciário […]. Toda vez que há uma desarmonia, está havendo uma inconstitucionalidade”.

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Até setembro ou outubro do ano passado, Temer estava no topo da bolsa de apostas como o sucessor urgente de Dilma. A intervenção do Supremo no rito do impeachment, os ataques especulativos do Planalto contra a unidade do PMDB e certa descrença da opinião pública na queda da presidente esfriaram os ânimos. E assim era até havia três semanas.

A prisão de João Santana, a explosiva delação de Delcídio e o cerco legal a Lula voltaram a mobilizar as ruas e sinalizaram para os agentes econômicos e políticos que Dilma não tem condições de chegar ao fim do mandato.

E, por óbvio, se a saída for o impeachment, Temer é o sucessor. Melhor que fale em paz em vez de falar em guerra, a exemplo do que fazem os petistas.

Texto originalmente publicado às 7h18
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