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Cardozo sai em defesa de Dilma e vai além das suas sandálias

A Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça — a Cardozo, portanto. É uma subordinação administrativa, é verdade, mas existe. O máximo que cabe a este senhor é expressar uma convicção pessoal — “não creio que...” Ou está a dizer ao povo brasileiro que a PF atua sobre o nada

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 23h33 - Publicado em 12 fev 2016, 16h49

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, saiu em defesa da presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira. Em conversa com jornalistas, disse ter “absoluta convicção” de que não houve caixa dois na campanha de Dilma em 2014. Vale ressaltar que Cardozo não participou do núcleo duro do PT que atuou na última corrida presidencial. Mesmo assim, ele garantiu ter acompanhado o processo de perto, “como militante”.

O ministro declarou também que as contas da petista já foram aprovadas e disse confiar na palavra do então tesoureiro de Dilma e hoje ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, segundo o qual não houve nenhuma ilegalidade na campanha. Huuumm… É mesmo, é?

Para lembrar: uma reportagem da Folha de S.Paulo informa que a força-tarefa da Lava Jato está investigando supostos repasses da empreiteira Odebrecht a João Santana, marqueteiro ligado ao PT. O inquérito que apura as finanças do publicitário foi aberto em novembro do ano passado e tramita em sigilo, em Curitiba.

Santana passou a ser investigado depois de a Polícia Federal encontrar na casa do lobista Zwi Skornicki uma carta de Mônica Moura, mulher e sócia de Santana. Zwi é o representante da Keppel Fels, estaleiro de Cingapura que prestou serviços à Petrobras. O manuscrito encontrado na casa dele indicava contas de Santana na Inglaterra e nos Estados Unidos. Procurado pela reportagem do jornal, o advogado de João Santana, Fábio Tofic, afirmou que o publicitário desconhece qualquer apuração que envolva seu nome. Tofic disse ainda que questionou formalmente o juiz Sergio Moro sobre a existência de um inquérito contra seu cliente.

Então vamos ver
Há muita coisa errada aí. A Polícia Federal é subordinada ao Ministério da Justiça — a Cardozo, portanto. É uma subordinação administrativa, é verdade, mas existe. O máximo que cabe a este senhor é expressar uma convicção pessoal — “não creio que…” Ou está a dizer ao povo brasileiro que a PF atua sobre o nada.

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Mais ainda: Cardozo foi um dos três coordenadores da campanha de Dilma em 2010: os outros dois eram Antônio Palocci e José Eduardo Dutra, já morto. Dilma os apelidou de os seus “Três Porquinhos”. Se não for uma análise política, é um jeito que ela tem de ser carinhosa…

Acontece que há suspeitas também sobre o financiamento da campanha de 2010. Paulo Roberto Costa, por exemplo, diz que Palocci lhe pediu R$ 2 milhões, que teriam sido repassado por Alberto Youssef (este nega). O esquema, como se sabe, começou a vigorar na Petrobras pra valer em 2004, no segundo ano do governo Lula. Boa parte do propinoduto foi parar nas mãos de partidos, segundo os delatores, principalmente do PT.

Assim, o melhor que Cardozo faz é permanecer calado a respeito. Não se faz poesia sobre corda em casa de enforcado.

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