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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Barbárie ou civilização

Comentei abaixo algumas notícias que estão nos jornais desta segunda. Vai aqui uma daquelas conversas que volta e meia tenho com meus leitores. Muitos, por bons motivos, recomendam-me que não compre briga com este ou com aquele. Quando o faço, reparem que se trata, ao menos na largada, de uma crítica política, ideológica. Não pretendo […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 22h35 - Publicado em 26 mar 2007, 07h46
Comentei abaixo algumas notícias que estão nos jornais desta segunda. Vai aqui uma daquelas conversas que volta e meia tenho com meus leitores.

Muitos, por bons motivos, recomendam-me que não compre briga com este ou com aquele. Quando o faço, reparem que se trata, ao menos na largada, de uma crítica política, ideológica. Não pretendo que, por isso, gostem de mim. Às vezes, as pessoas escolhem o terreno pessoal. Procuro evitar. Mas também não deixo que meu cuidado se confunda com covardia. Se o sujeito fizer questão… Desqualificar é mais fácil do que argumentar. Para qualquer um. Pra mim também. Mas por que “eles” ficam tão bravos, organizam-se em rede para malhar o blog, fazem-no em várias frentes, ao mesmo tempo? A resposta é muito simples: porque a página é um sucesso, e “eles” não mandam aqui. E não mandarão.

Para que vocês entendam melhor o que eu digo, basta que visitem a área de comentários de algumas páginas de política: lá estão “eles”, em esmagadora maioria, convertendo a seção num chat, onde dizem besteiras às toneladas, de modo acachapante, silenciando as outras vozes. Caso vocês se aprofundem um pouco mais da pesquisa, verão que de 70% a 80% dos comentários são feitos pelas mesmas pessoas. São desocupados de plantão espalhando a mentira, a ignorância, a soberba. Vocês sabem que corto bate-boca entre leitores. Por quê? Justamente porque a área de comentários não é um chat. Isso, sem trocadilho, chateia os demais internautas. Não me interessa uma notícia com 500 comentários feitos por 10 pessoas.

Ah, não. Nem todos os meus leitores são Schopenhauer, é verdade. Eu não sou Schopenhauer. Só Schopenhauer era Schopenhauer. Tenho esse blog, entre outras razões, para contribuir com a pluralidade da rede. E a melhor maneira de fazê-lo é banir a patrulha política petralha — que, ainda assim, não me abandona. Deixasse-os à vontade, em dois dias, os leitores estariam ocupados apenas em responder às bobagens que “eles” saem repetindo por aí como mantras: “o Proer foi feito para ajudar banqueiros”; “a Telebras foi vendida a preço de banana”; “FHC torrou R$ 80 bilhões de patrimônio público”. Não! Aqui não fazem isso. Não fazem porque não deixo. Não fazem porque isso não é “liberdade de expressão”; é só uma coleção de mentiras.

Eles podem escrever essas baboseiras? São livres pra isso. Contam com os blogs que aceitam ser reféns da sua patrulha e com aqueles dos jornalistas que servem de esbirros do petismo. Querem dar as cartas aqui também. Não darão. Refaço a pergunta: por que ficam tão bravos? Porque esta é uma das páginas de política mais visitadas do país que se fez deixando muito claro: “eles” não são bem-vindos; não os quero; não brigo pela sua audiência. Não pretendo que “eles” gostem de mim. Não anseio que “eles” me achem neutro. Porque “eles” só reconhecem a neutralidade naqueles que comungam de sua visão de mundo. Em suma: eu não lhes reconheço autoridade intelectual, política e ética para julgar a minha isenção.

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Aquele representante do MSG — Movimento dos Sem-Gramática — chamou-me de cão raivoso, pit bull e outras delicadezas. E eu só havia feito uma crítica política: dura, sim, mas sem baixaria. Por que a reação desproporcional e tão pouco inteligente? Também essa resposta é simples: porque estão acostumados a patrulhar, a apontar o seu dedo podre contra terceiros, sem que os “apontados” reajam. Ora, até havia outro dia, ai do coitado que caísse na malha fina da intriga e do cretinismo político e fosse considerado, por exemplo, “de direita”. Estava perdido. Nem emprego arrumava mais. Aliás, querem TV pública para que possam (re)fundar o clubinho. Os mesmos que davam as cartas nas redações da imprensa que chamam “burguesa” — e olhem que esse verbo no passado é pura esperança minha: ainda dão. Pois bem: a novidade é que, hoje em dia, há uns dois ou três que topam afrontá-los e confrontá-los, que não se intimidam. Eles gritam “direitistas!”, e a gente diz: “Tudo bem”. E os coloca, em seguida, como bibelôs, numa montanha de 200 milhões de mortos produzidos pela esquerda.

Pinochet vivo, eu o chamava de facínora. Pinochet morto, eu lhe desejei uma péssima estadia no inferno. Mas eles pretendem adular seus bandidos, como Fidel Castro e Hugo Chávez, enchendo a boca para me chamar de “neonazista”. “Eles”, os que consideram os terroristas palestinos “resistentes” e “vítimas”; “eles”, os que, no fundo, acham que a Al-Qaeda deu uma bela lição nos EUA e no “complô judaico que governa o mundo”; “eles”, os que estão doidinhos para enfiar a mão no bolso do contribuinte para criar uma sinecura estatal em que possam exercer suas teorias conspiratórias ridículas; “eles”, que, sob o pretexto de combater os leões da mídia, resolveram se juntar às hienas, aos urubus, aos mercadores da desgraça e da infelicidade alheias, aos que vendem Deus a prestação. Esses vagabundos acham que podem me dar lição de moral. Não podem.

Sempre que achar necessário, vou comprar algumas brigas, sim. É uma questão de civilização ou de barbárie.

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