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Aquecimento global – China: o maior calor em 126 anos ou o maior frio em 100 anos?

No dia 4 de janeiro, há exatamente um mês, a agência Efe noticiava: Aquecimento global afeta festival do gelo na ChinaHarbin, no nordeste da China, famosa por seu festival de gigantescas estátuas de neve e gelo no inverno, é um dos lugares do país que mais sofrem com o aquecimento global. Em 2007, a cidade […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 19h54 - Publicado em 4 fev 2008, 18h09

No dia 4 de janeiro, há exatamente um mês, a agência Efe noticiava:

Aquecimento global afeta festival do gelo na China
Harbin, no nordeste da China, famosa por seu festival de gigantescas estátuas de neve e gelo no inverno, é um dos lugares do país que mais sofrem com o aquecimento global. Em 2007, a cidade registrou a temperatura média anual mais alta em 126 anos, de acordo com a imprensa oficial.
A localidade inaugura seu Festival Internacional de Gelo e Neve amanhã e vê com preocupação como a cada ano duram menos suas “maravilhas geladas”. Antes, as obras agüentavam até abril. Agora, mal sobrevivem a fevereiro.
Segundo os meteorologistas, a cidade chinesa, que aproveita o frio para atrair turistas, teve em 2007 uma temperatura média de 6,6 ºC. Foi a mais alta desde 1881, quando começaram suas medições meteorológicas.
“Os números não são casuais e estão relacionados com o aquecimento global”, afirmou o chefe do observatório meteorológico, Yin Xuemian.
Harbin, antiga colônia russa, atraiu durante anos milhões de turistas. O seu inverno, nos “bons tempos”, chegava a temperaturas de até 40 ºC abaixo de zero, ideais para conservar durante meses as estátuas de gelo e neve expostas na cidade. Elas reproduziam construções como a Notre Dame de Paris e a Basílica de São Pedro de Roma.

Hoje, 4 de fevereiro, lê-se na Reutes:
China enfrenta inverno ‘mais frio dos últimos 100 anos’
Por John Ruwitch:
Na segunda-feira, milhões de chineses continuavam impossibilitados de viajar enquanto várias partes da China enfrentavam seu pior inverno do século.
As baixas temperaturas mataram várias pessoas e deixaram passageiros presos antes do Ano Novo Lunar, também chamado de Festival da Primavera — a única oportunidade que muitos moradores do país têm de tirar férias.
O frio também se traduziu em notícias negativas sobre a China seis meses antes dos Jogos Olímpicos de Pequim.
O presidente chinês, Hu Jintao, comandou um encontro de emergência do Politburo do país, no domingo, pela segunda vez em uma semana para tratar dos esforços de emergência.
“Precisamos ter claro em mente que as condições climáticas adversas e a situação grave provocada por elas continuarão atingindo certas regiões do sul”, afirmou um comunicado divulgado após o encontro de domingo.
A Agência Meteorológica da China disse que as temperaturas atuais eram as mais baixas dos últimos cem anos nas Províncias de Hubei e Hunan, levando-se em conta o número total de dias em que os termômetros ficaram abaixo de 1 grau Celsius.
Mas prevê-se que o clima fique mais ameno daqui para frente, apesar de os nevoeiros continuarem a representar um problema e de as temperaturas à noite permanecerem abaixo de 0 grau Celsius, atrasando o degelo.
“O clima nas regiões atingidas deve melhorar nos próximos dias, mas será necessário continuar em alerta para os possíveis problemas advindos das baixas temperaturas”, afirmou Zheng Guoguang, chefe da agência.
Quatro pessoas morreram quando ruiu o teto sobrecarregado com neve de um posto de gasolina na cidade de Nanjing, no domingo, disse a agência de notícias Xinhua. E uma pessoa morreu quando houve uma correria em uma estação de trem de Guangzhou, no sul.
Ferrovias e estradas fechadas havia dias voltaram a funcionar e um número menor de vôos foi cancelado, disseram na segunda-feira meios de comunicação oficiais.

Comento
Sim, sim, eu já sei que não entendo nada disso. Para discutir “aquecimento global”, é preciso ser formado em Teologia do Aquecimento — até porque há a consideração de que “algumas regiões” vão mesmo ficar mais frias. No caso da China, no entanto, em um mês, vai-se do inverno mais quente em cem anos ao inverno mais frio em cem anos. Se o aquecimento é a mãe de todas as exceções climáticas, é preciso, então, que os teólogos venham nos contar o que está acontecendo. Nunca neguei a elevação das tais “temperaturas médias”. Parece que isso é real. O que ainda não é consenso é que tudo seja culpa do homem.

O caso da China — ou do frio excepcional no Rio Grande do Sul, em São Paulo ou no Litoral — evidencia as características de uma espécie de religião do aquecimento. Se esquenta um pouco, todos se lembram do apocalipse; se faz um frio de rachar, nem se toca no assunto. Quando menos, parece que essas ocorrências apontam o quanto há de chute nas perspectivas finalistas.

Se todo o barulho contribuir para poluir menos a terra, acho bom. Mas ainda acho melhor a informação que liberta do que o medo do futuro. Os profetas do fim do mundo precisam se explicar.

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