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Ah, não! Fala de Mano Brown é coisa de mocinha; enfezado da cara feia tem de ter coragem de fazer apologia do crime

Em outubro de 2007, dei um pau no tal Mano Brown, que ganha dinheiro de trouxa estuprando a língua portuguesa e fazendo cara de mau, e, acreditem, chegam comentários até hoje me tachando, por isso de reacionário… É, vai ver sou mesmo. Lembro-me  de  um antigo Roda Viva com esse cara — sim, ele foi […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h18 - Publicado em 20 dez 2010, 21h40

Em outubro de 2007, dei um pau no tal Mano Brown, que ganha dinheiro de trouxa estuprando a língua portuguesa e fazendo cara de mau, e, acreditem, chegam comentários até hoje me tachando, por isso de reacionário… É, vai ver sou mesmo. Lembro-me  de  um antigo Roda Viva com esse cara — sim, ele foi convidado e foi tratado como pensador  — e do ar embevecido de Maria Rita Kehl, a “intelectual” dos bacanas se rendendo ao charme do rebelde primitivo que faz fru-fru para a indústria cultural. Como isso tudo é desagradável, não?

Leio na Folha que a Racionais MC’s, a banda que ele lidera, deu um show num lugar chamado Royal, em São Paulo, a R$ 200 por cabeça.  O Mano fez algumas declarações: que o qualificam a ser líder de bando. “Em São Paulo, os nordestinos construíram a cidade e são tratados que nem cachorros. Mas o presidente é nordestino. E tá indo pro terceiro mandato, porque agora é Lula de novo”. E depois: “Para mim, o Bope não é herói. Os heróis estão presos.”

É isso aí! Os heróis estão presos? Bem, então Mano Brown considera “heróis” os líderes do narcotráfico, certo? Liberdade de expressão? Claro! Ele tem toda, inclusive para responder por apologia do crime. Pediria ao rapper que fosse só um pouco mais específico, defendendo alguns nomes e os crimes por ele praticados. Esse negócio de falar que os “heróis estão presos” é o que, na minha periferia, a de antigamente, a gente chamava de “coisa de frutinha” ou “coisa de mocinha?”. Sem preconceito — quer dizer, era o preconceito daquele povo primitivo.

Se Mano Brown é mesmo valente, ele tem de dar nome aos heróis: “Ó, Marcinho VP é legal; ele trafica, mata, manda queimar inimigos numa pira de pneus; quem faz isso é herói. O Bope é coisa de bandido; o Beira-Mar também é gente boa por isso!”.

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Se Mano Brown é mesmo tão enfezado quanto aquela cara que ele faz para ganhar uns trocos dos idiotas, ele tem de desafiar o Artigo 287 do Código Penal, sem dar chance para advogados ficarem fazendo firula:
Artigo 287 – Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime:
Pena
– detenção, de 3 (três) a 6 (seis) meses, ou multa.
Bem, e sem essa de multa, né?, que também é coisa de cagão. Machão da cara feia, calça caindo e cuecão à mostra, mesmo sendo um rapper da segunda idade — que coisa melancólica!—, tem de ser porreta; ir lá e conviver com os “manos”! Ah, sim: os crentes da igreja deste sacerdote da periferia de butique não tentem emplacar comentários aqui. Não passarão!


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