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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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Acho que Rodrigo Pimentel está errado, mas, se quiser, ele pode dizer por que acha que está certo

O ex-policial Rodrigo Pimental, hoje consultor de segurança, roteirista de cinema e “comentarista social” da Rede Globo, está virando o “magister dixit” de qualquer assunto ligado à polícia ou à segurança. Ele é um homem inteligente, bem-informado, educado, se expressa com clareza. Já estivemos juntos num debate no Rio, promovido por uma associação de psicólogos. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 12h20 - Publicado em 7 abr 2011, 23h03

O ex-policial Rodrigo Pimental, hoje consultor de segurança, roteirista de cinema e “comentarista social” da Rede Globo, está virando o “magister dixit” de qualquer assunto ligado à polícia ou à segurança. Ele é um homem inteligente, bem-informado, educado, se expressa com clareza. Já estivemos juntos num debate no Rio, promovido por uma associação de psicólogos. Era sobre violência. Discordamos, sim, mas num clima muito ameno.

As múltiplas habilidades de Pimentel, no entanto, não o habilitam a desafiar a lógica, sob a complacência do jornalismo. Há pouco, no Jornal Nacional, Fátima Bernardes perguntou a Pimentel o que fazer nesses casos — a tragédia do Rio. Ele não teve dúvida: “Retirar as armas de circulação”.

Eu gostaria que Pimentel me explicasse — se quiser, pode enviar a resposta ao blog — por que um psicopata atenderia à solicitação do estado para entregar a sua arma. Aliás, eu gostaria de saber por que os bandidos o fariam. Eu acho que Rodrigo não tem resposta para as minhas perguntas. Eu acho que o Jornal Nacional não tem resposta para as minhas perguntas. Ou melhor: têm. Nem psicopatas nem bandidos atenderiam ao apelo estatal.

Não sou doido! Eu jamais diria no JN algo como: “Ah, esse negócio de tirar arma de circulação é besteira, não tem nada a ver!” Não porque ache que alguma coisa mudaria na segurança pública. Mas a gritaria seria grande… e desnecessária. Mas também não é preciso investir numa fantasia que, aí sim, diz respeito a políticas de segurança pública.

Um leitor me escreve: “Ora, Reinaldo, zere as amas de fogo, e não haverá eventos com armas de fogo!” Como uma possibilidade teórica, é isso mesmo: se a gente extermina, conceitualmente, os fatores de risco, consegue o efeito esperado… no mundo da fantasia! Até os totalitários sabem disso: elimine, por exemplo, os hospedeiros de determinada doença contagiosa, e diminuem as chances de contágio. Se conseguir eliminar todos… A questão é saber o que é moralmente aceitável,  socialmente aceitável e politicamente aceitável.

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E duvido que Pimentel considere possível que uma campanha de desarmamento tivesse uma resposta positiva de psicopatas e bandidos. Ainda que todas as outras pessoas entregassem suas armas, o risco continuaria a ser o mesmo. Aliás, ousaria dizer que as pessoas normais e de bem estariam ainda mais expostas. Não necessariamente porque, com suas armas, consigam se defender, mas porque aumentaria muito a autoconfiança de seus molestadores.

Quem achar algum furo lógico no que digo, comentários para o blog. E Rodrigo pode tentar explicar, os leitores adorariam ler, por que o que diz não é só um coelho simpático tirado de sua cartola de bondades. A mesma que o governo federal usará.

PS – Nada de caneladas nos comentários, por favor! É realmente um convite para uma resposta.

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