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A Indonésia não tem um governo sério. Ele é apenas populista e homicida

Oponho-me à pena de morte. Trata-se de um fundamento humanista. Não acho que a eliminação física do vicioso elimine o vício. Eu apoio, isto sim, a lei da vida. Assim seria ainda que eu fosse agnóstico ou ateu. Mas não sou. E também me repugna a pena capital por um princípio religioso. Não faculto a […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 01h31 - Publicado em 29 abr 2015, 06h34

Oponho-me à pena de morte. Trata-se de um fundamento humanista. Não acho que a eliminação física do vicioso elimine o vício. Eu apoio, isto sim, a lei da vida. Assim seria ainda que eu fosse agnóstico ou ateu. Mas não sou. E também me repugna a pena capital por um princípio religioso. Não faculto a nenhum homem, por mais certo que esteja, o direito de tirar a vida de outro, por mais errado que esteja se isso pode ser evitado, se ele não é colhido, como nas guerras, por circunstâncias que não são de sua escolha, o que inclui a legítima defesa ou o afastamento de um mal maior. Acho detestável, ademais, que um estado se organize também com o propósito deliberado de matar. Assim, por convicções humanistas, políticas e religiosas, lamento a execução ocorrida ontem, na Indonésia, do brasileiro Rodrigo Goularte e de outras sete pessoas.

E, por favor, não me venham com a estultice de que, afinal, há Lá um governo sério, que segue as leis à risca. Não, senhores! Uma das coisas que faltam à Indonésia é justamente seriedade. Quando, em janeiro deste ano, aquele país executou o também brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, diante dos protestos havidos mundo afora, Muhammad Prasetyo, procurador-geral, pediu respeito às leis. Afirmou o sujeito:  “Podemos entender a reação do mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, devem-se respeitar as leis que se aplicam em nosso país”.

Indaguei, então, o que significava “respeitar”. Se isso compreendia não poder fazer nada a respeito além de protestar, ok. Se era concordância que ele buscava, não! Como respeitar um governo que solta 800 terroristas nativos em dez anos e que executa forasteiros, ignorando pedidos de clemência? Então as tais leis do país permitem pôr nas ruas celerados que mataram 202 pessoas num único atentado em Bali, em 2002 — a maioria não era da Indonésia —, mas condenam à morte, de maneira inapelável, traficantes estrangeiros? É uma mistura de irresponsabilidade, com autoritarismo e populismo homicida.

O governo brasileiro, por meio do Itamaraty, lamentou a ocorrência: “A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital”.

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“Vale a pena se atritar com um outro pais por causa de um traficante?”, poderia indagar alguém. A pergunta é boçal e incivilizada. Um país tem de prestar a assistência devida a seus nacionais, não importa a sua condição, e põe seu prestígio político à prova quando apela à clemência de um governo estrangeiro. Se não é atendido, isso pede alguma reação.

O senhor Joko Widodo, presidente indonésio, não é um homem sério. É apenas um populista homicida.

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