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A CPMF, a vingança e a oposição

A proposta de recriação da CPMF ultrapassa o limite do ridículo e da vigarice política, e o governador de Minas, Antonio Anastasia, deveria guardar distância da trapaça se não quiser que pareça que está usando a CPMF para fazer a tal “oposição propositiva” — sem nem mesmo bater um papinho com seus pares. Como escrevi […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h41 - Publicado em 8 nov 2010, 04h51

A proposta de recriação da CPMF ultrapassa o limite do ridículo e da vigarice política, e o governador de Minas, Antonio Anastasia, deveria guardar distância da trapaça se não quiser que pareça que está usando a CPMF para fazer a tal “oposição propositiva” — sem nem mesmo bater um papinho com seus pares. Como escrevi aqui no dia mesmo daquela entrevista concedida por Lula e Dilma, se era isso o que os petistas queriam, que  o dissessem durante a campanha eleitoral. Não há dúvida de que a questão vinha sendo debatida no governo e que Dilma contaria com governadores-laranja, mais adiante, para tentar lavar uma proposta do Planalto. Mas tenho para mim que Lula, na entrevista, foi um tantinho precipitado. Revi o filme daquele dia, e dá para notar que ela fica um pouco constrangida. Não era para deflagrar já a operação. Acontece que o Babalorixá de Banânia não consegue vencer a sua raiva. À diferença do que diz, ele não sabe perder — e também não sabe ganhar.

Como revelou o presidente, a batalha da CPMF foi a ÚNICA que ele perdeu no Congresso. E não engole aquela derrota de jeito nenhum! De fato, ela teve algo de simbólico. Foi em dezembro de 2007, ao ver o imposto ser derrubado no Senado, que Lula constatou de modo inequívoco: “Não adianta eu tentar a (re)reeleição porque vou perder no Senado”. E perderia mesmo. Ficou furioso com as oposições e decidiu sair em campanha pelo país para pegar seus inimigos na Casa por conta das duas questões: a) a derrota da CPMF propriamente; b) o sepultamento da possibilidade do terceiro mandato. As coisas ficaram entaladas na sua goela.

E então não teve dúvida: na primeira entrevista depois da eleição de Dilma, decidiu acertar as contas com o passado, que é o que faz sempre. Estamos diante de uma das pessoas mais vingativas da política brasileira. A construção do petismo supõe, como se sabe, a tentativa de destruir a memória e a herança do PSDB. Já escrevi centenas de textos a respeito. É da sua natureza. Não se trata de um partido da ordem, que aceita conviver com a divergência; quer eliminá-la. Mas, além da componente partidária e do modo como se constrói a legenda, há o aspecto pessoal: Lula tenta desconstruir FHC todos os dias porque o tucano o bateu duas vezes nas urnas — e no primeiro turno! Lula não aceita isso até hoje. “Mas e Collor?” Bem, Collor se ajoelhou diante do lulismo e fez mea-culpa. Nesse caso, tudo bem!

Questão de caminho
É uma questão e caminho. Ou bem constatamos que a carga tributária brasileira já beira o escândalo — muito superior à de países com seu grau de desenvolvimento — ou bem condescendemos que sempre dá para arrancar da sociedade um pouquinho mais, em nome de nobres interesses. A promessa solene de Dilma Rousseff foi a diminuição da carga tributária, não a elevação. Espera-se dos oposicionistas que honrem os milhões de votos que receberam. Na rejeição à CPMF, muitos outros milhões certamente se agregarão.

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