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“Bandido tem direitos humanos, mas não tem direito de ser bandido”

Por Cristina Grillo, na Folha: Sábado, quando a Catedral Metropolitana do Rio abrir as portas para uma missa em homenagem aos 90 anos do cardeal Eugenio de Araújo Sales, os fiéis vão encontrar uma pessoa diferente da que comandou a Arquidiocese do Rio por 30 anos (de 1971 a 2001). O homem sisudo, de voz […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 13h43 - Publicado em 5 nov 2010, 06h51

Por Cristina Grillo, na Folha:

Sábado, quando a Catedral Metropolitana do Rio abrir as portas para uma missa em homenagem aos 90 anos do cardeal Eugenio de Araújo Sales, os fiéis vão encontrar uma pessoa diferente da que comandou a Arquidiocese do Rio por 30 anos (de 1971 a 2001).
O homem sisudo, de voz e passos firmes, deu lugar a um senhor que caminha com dificuldade, fala baixo e ri.
Suas ideias, contudo, não mudaram. Diz que bandido deve ser tratado como bandido, não como cidadão.



Folha – O sr. foi sagrado bispo aos 33 anos e tornou-se cardeal aos 48. É uma trajetória rara na igreja, não?
Eugenio de Araújo Sales –
Não é comum, mas não me julgo uma pessoa excepcional por isso. Apenas procurei cumprir meus deveres. Sempre disseram que eu era tradicionalista, mas nunca me classifiquei assim.

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Incomodava ser chamado de tradicionalista enquanto, durante a ditadura, o sr. ajudou entre 4.000 e 5.000 perseguidos políticos a sair do país?
Eu não achava bom ser chamado de tradicionalista. Mas continuava meu trabalho da mesma forma.

O sr. ligou mesmo para o então ministro do Exército, general Sylvio Frota [ministro do presidente Ernesto Geisel, de 1974 a 1977], e disse: “Se receber a comunicação que estou protegendo comunistas no Palácio [São Joaquim, sede da arquidiocese], saiba que é verdade”?
Disse, mas não para agredir. Estava revelando amizade, mas independência também. Não houve reação negativa dele. Uma vez fui chamado para receber a Medalha do Pacificador [concedida pelo Exército], mas não quis porque a situação era muito difícil. Frota entendeu que não fazia aquilo como afronta. Eles sabiam que eu não era comunista.

Hoje temos a questão da violência, do tráfico. Qual o papel da igreja nesse cenário?
O mesmo daquela época. Por mais de uma vez bandidos armados pararam meu carro quando eu subia para o Sumaré [região do alto da floresta da Tijuca]. Quando viram que eu estava no carro, mandaram seguir. Depois disso, sempre passo com as luzes internas acessas. É sempre um susto. Eles conhecem o carro e procuram esconder armas. Entendo o sofrimento deles, mas isso não justifica seus atos. Bandidos têm que ser tratados como bandidos, não como cidadãos. Bandido tem direitos humanos. Não tem direito de ser bandido, mas não pode ser injustiçado.
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