Servidores de consulado protestam contra redução de vencimentos
Os servidores do consulado-geral do Brasil em Miami enviaram carta aberta ao secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, para protestar contra a redução de 40% do 13º salário e do adicional de férias de servidores da pasta lotados no exterior. “A informação agrava o complexo quadro de crescente insegurança experimentado atualmente pelos servidores lotados no exterior, que […]
Os servidores do consulado-geral do Brasil em Miami enviaram carta aberta ao secretário-geral do Itamaraty, Marcos Galvão, para protestar contra a redução de 40% do 13º salário e do adicional de férias de servidores da pasta lotados no exterior.
“A informação agrava o complexo quadro de crescente insegurança experimentado atualmente pelos servidores lotados no exterior, que já sofrem com os atrasos constantes da parcela para aluguel dos imóveis residenciais no exterior, a RF. 3″, diz a circular.
Os funcionários se queixam da redução “abrupta e significativa” de verbas e do atraso constante de reembolso de alugueis.
“No caso de Miami, que não é isolado em relação a outros postos, o valor do aluguel pode ser superior a 80% do salário do servidor. A questão, portanto, é simples: a conta não fecha; não há orçamento familiar que resista; não há planejamento possível”, diz o texto.
A carta afirma, ainda, que a penúria financeira se reflete nos serviços prestados pelos funcionários lotados em postos do Brasil no exterior. “É forçoso reconhecer que é impossível manter a produtividade diante de tamanha insegurança.”
Depois de expor os transtornos que a situação financeira causa na vida pessoal dos servidores e de suas famílias, o consulado expõe risco de elitização das carreiras diplomáticas — uma vez que só ricos poderiam arcar com custos de manter uma família no exterior sem depender de salários.
“Não podemos nem queremos, não apenas como servidores públicos, mas como servidores públicos do Ministério das Relações Exteriores, do Itamaraty, continuar a ter que discutir a nossa subsistência pessoal, que, não por acaso, relaciona-se com a existência institucional do Ministério. É humilhante. É ultrajante. É degradante”, conclui o texto.