Chapa de Marta é investigada por fraude na cota das mulheres
A senadora, conhecida por defender a igualdade de gênero na política, é autora de um Projeto de Lei parecido com o que sua chapa é acusada de desrespeitar
O Ministério Público Eleitoral suspeita que houve fraude na chapa de Marta Suplicy (PMDB) e Andrea Matarazzo (PSD) nas eleições do ano passado.
De acordo com a denúncia, a chapa União por São Paulo pode ter lançado candidaturas para vereadores apenas para que se preenchesse o número mínimo de vagas previsto para cada gênero — 70% para homens e 30% para mulheres –, sem o efetivo desenvolvimento das mesmas.
Para o MPE, as candidaturas de Fátima Aparecida Ferreira, a “Índia”, e Vitória Brasília de Souza Lima, a “Coronel Vitória”, são fraudulentas.
A data da filiação de Fátima ao PMDB é posterior a data de registro de sua candidatura. Em depoimento, a “candidata” admitiu a manobra. Já Vitória manifestou o desejo de renunciar a sua candidatura no mesmo dia de seu registro.
O episódio torna-se ainda mais curioso quando se constata que é de Marta Suplicy um projeto de lei embrionário que sua chapa parece ter fraudado. Em 1995, a então deputada apresentou o PL 9.100 instituindo o sistema de cotas por gênero.
O MPE pede a cassação de toda a coligação, desde os seis vereadores eleitos até inelegibilidade e multa dos que não se elegeram.
Atualização: Tiago Bovero, assessor da campanha, argumenta que as duas candidatas renunciaram e tiveram suas renúncias homologadas pelo TRE. Além disso, as duas candidaturas foram repostas, contemplando a cota de mulheres.