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Por Mario Mendes
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Babados do baile

O chifre de Adriane Galisteu enganchou no de Claudia Raia, a outra cantora baiana, Claudia Leitte, e Giovanna Ewbank estavam com roupas parecidas

Por Mario Mendes Atualizado em 30 jul 2020, 21h01 - Publicado em 17 fev 2017, 19h46

Fico sabendo que o chifre de Adriane Galisteu enganchou no de Claudia Raia, que a outra cantora baiana, Claudia Leitte, e Giovanna Ewbank – que eu não tenho muita ideia de quem seja – estavam com roupas parecidas e lembravam a Khaleesi, de Game of Thrones. Taís Araujo apareceu empunhando um chicote e Thaila Ayala – sempre achei que esse nome é inventado para criança ficar repetindo em voz alta e dando risada – não perdeu tempo e engatou conversa ao pé do ouvido com o ator americano Chuck Bass que, descubro, é famoso pelo seriado Gossip Girl – nunca vi, falha minha? Bruna Marquesine estava vestida demais e Luciana Gimenez de menos. Mas quem parou o trânsito foi mesmo Sabrina Sato vestida de andróide, fantasia inspirada na personagem Maria do filme mudo Metrópolis (1927), de Fritz Lang.

Ah, o tema da noite eram os signos do Zodíaco, sob o título Lady Zodiac (Sabrina disse que é de Aquário: “signo que pensa no futuro”, justificando o traje robótico). Claro que falo do Baile da Vogue, evento que abre oficialmente o Carnaval de São Paulo, para o qual nunca sou convidado – não faço parte desse mailing – mas sempre observo à distância e me divirto. Muito.

A diversão começa dias antes a medida que o burburinho vai aumentando nas redes sociais. Gente perguntando quem vai, insinuando querer um convite ou criticando de antemão tanto o evento quanto os convidados. No dia da festa é uma enxurrada de selfies ostentação. Mulheres exibem maquiagem, adereços, decotes, joias, curvas, sorrisos. Homens exibem gravatas e abotoaduras – o convite pede black-tie – ou alguma ousadia porque, afinal, é Carnaval – este ano o estilista Valério Araujo foi de Elke Maravilha! Depois rola a cobertura televisiva, via GNT, comandada por Astrid Fonentele, uma craque que não cai do salto nem perde a pose. Enquanto isso os comentários pululam pelo Twitter e Facebook. Quem não foi não perdoa, mata: “Cafonas!”, “Jecas!”, “Tupiniquins!” e por aí vai. Faz parte.

Bailes de gala são uma tradição do nosso Carnaval e viveram grande momento entre as décadas de 50 e 70. Os mais importantes aconteciam no Rio de Janeiro e rendiam fotos e comentários nas colunas sociais e muitas paginas nas revistas, sendo O Cruzeiro e Manchete os carros chefes no registro da folia. Havia o Baile do Municipal, Copacabana Palace, Monte Líbano, Hotel Glória e até o Quitandinha, em Petrópolis.  Era quando os grã-finos, como se dizia então, se desinibiam em traje de noite, fantasiados ou mascarados.  Colunistas, repórteres e fotógrafos estavam lá para anotar e flagrar tudo e todos. Havia os grandes concursos de fantasia com os candidatos de sempre. A gorducha Wilza Carla papava todos os prêmios na categoria Originalidade Feminina e Marlene Paiva era a campeã do Luxo Feminino. Mas todo mundo queria mesmo era ver o embate entre os coruscantes Evandro de Castro Lima e Clóvis Bornay, maquiados à la mort, envoltos em véus, plumas, pedrarias, bordados, cascatas de babados sob títulos como O Último Rouxinol Noturno da Corte do Imperador da China ou Nabucudonosor em Noite de Esplendor do Império Assírio. Era a glória.

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Sem esquecer da estrela de cinema de ocasião, devidamente importada e ciceroneada pelo playboy Jorge Guinle, PhD em relações exteriores com Hollywood e adjacências. Teve Jane Mansfield, Romy Schneider, Gina Lollobrigida e o bonitão Rock Hudson, entre outros.

Menos ambicioso e menos glamouroso, porque os tempos são outros, o Baile da Vogue à sua maneira continua a tradição – no Rio, o velho Copa mantém acesa a chama – colocando São Paulo no circuito. Trata-se do equivalente no Brasil ao que a edição americana da revista de moda apresenta anualmente, em maio, na grande noite de gala no Metropolitan Museum de Nova York. O mote é a abertura de uma grande exposição de moda – ano passado foi Moda e Tecnologia, este ano será o trabalho da japonesa Rei Kawakubo em sua marca Comme des Garçons – com direito a jantar e o inevitável tapete vermelho. Tudo orquestrado pela “diaba” Anna Wintour, diretora da Vogue América.

Brincadeiras e ironias a parte, vejo com simpatia o Baile da Vogue. Movimenta o society e o showbiz locais, assim como a cena de moda – os modelos foram assinados por marcas nacionais como Helô Rocha, Henrique Filho, Apartamento 03, Sandro Barros e BoBô – rende assunto para todo mundo e proporciona uma noite de diversão para a sua tribo. Não estão embromando ninguém. E estamos conversados. O resto é fofoca, confete e serpentina. Esquindô, esquindô…

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