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Sucessão na Alemanha: depois de Merkel, ‘Marilyn Monroe’?

Poucos querem que ela vá embora, mas o candidato que corre por fora para seu lugar, além de se fantasiar no carnaval, acha que vai fazer melhor

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 25 set 2020, 10h50 - Publicado em 25 set 2020, 07h41

Se quisesse, Angela Merkel ficaria. O bom desempenho do país na crise do coronavírus fechou as cicatrizes abertas cinco anos atrás, quando a primeira-ministra permitiu a entrada de mais de um milhão de refugiados vindos de cantos miseráveis da terra.

Tem que ter uma vontade de ferro, e vaidade altamente sob controle, para olhar um índice de 70% de aprovação e, mesmo assim, manter o plano de se aposentar depois das eleições de outubro do ano que vem.

Fora os três burocratas do partido dela, com mais chances por causa da máquina partidária, o candidato mais interessante e com personalidade um pouco menos cinzenta é Markus Söder

Ele é da União Social Cristã, partido  bávaro “irmão” da democracia-cristã. Logo no começo da crise do coronavírus, chegou a superar Angela Merkel em aprovação por causa da medidas enérgicas para combater a epidemia.

 

Depois, as coisas se equilibraram, Merkel tomou uma posição de chefe da nação, embora, na prática, continuasse a autonomia das dezesseis unidades constituintes do país, os Länder, estados com relativa independência, inclusive por muitos terem constituído países separados no passado.

Essa descentralização  é considerada uma das razões do sucesso comparativo da Alemanha, que chegou ao fim da primeira onda (a segunda também já está rondando) com pouco mais de 9 500 mortos, contra números três ou quatro vezes maiores nos outros países europeus grandes, e uma queda anual da economia calculada em 5,8%, um “bom” número nos tempos atuais.

“A Alemanha está se saindo melhor na crise do que a maioria dos outros países industrializados”, anotou a Spiegel, refletindo um orgulho apenas levemente disfarçado.

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Para manter a economia viva, o governo injetou mais de um trilhão de euros na mágica – ou falta dela. Os discretos condutores do resgate são o ministro da Economia, Peter Altmeir, e o das Finanças, Olaf Scholz, que é da Social Democracia, o partido que divide o governo de coalizão.

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Um dos destinos do derrame de dinheiro é o Kurzarbeit, ou trabalho curto, a semana abreviada de 10 a 12 horas de trabalho, com o salário bancado pelo governo.

O esquema permitiu manter o desemprego sob controle. Em agosto, foi de 6,4%. Nos Estados Unidos, foi de 8,4%.

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A economia americana é cinco cinco vezes maior do que a alemã, que tem um PIB de quase 4 trilhões de dólares.

Angela Merkel não quer nem ouvir falar em prolongar seu mandato e respondeu com um “Nein” curto e definitivo quando um repórter perguntou, se num momento excepcional como o atual, ela não pensaria nem por um momento em “continuar numa posição de responsabilidade”.

O plano que ela tinha para a sucessão sofreu um baque quando a potencial sucessora, já escolhida como presidente da União  Democrata Cristã , Annegret Kramp-Karrenbauer, anunciou em fevereiro, bem no começo da crise do corona, que não se candidataria a primeira-ministra e deixaria o comando do partido em outubro do ano que vem.

Sobraram “os de sempre”, que disputarão a chefia do partido em dezembro (deveria ter sido em abril, mas a pandemia adiou a programação).

 E Markus Söder. Ele teria alguma chance se a Alemanha entrasse no que já foi descrito como um “momento Macron”, uma aposta do eleitorado em alguém mais diferente do que os políticos tradicionais.

No momento, 38% dos alemães dizem que conseguem vê-lo como Kanzler da República, mais do que os concorrentes. O mais próximo disso é Olaf Scholtz, o ministro das Finanças.

Söder, além de parecer que quer, tem que dizer que quer.

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Seria, pelo menos, uma novidade. E não apenas pelas fantasias elaboradas que ele gosta de desfilar no Carnaval de Munique. Já saiu de Gandalf, Shreck e de Gandhi (com maquiagem para o rosto ficar mais escuro, o que provocaria colapsos em série nos Estados Unidos).

Mas é claro que a fantasia mais chamativa foi a de Marilyn Monroe. Depois do reinado da sólida, contida e sóbria Angela Merkel, ter uma Marilyn no governo alemão seria uma novidade.

Por motivos óbvios, é considerado politicamente incorreto dizer, logo depois da menção à fantasia de Marilyn, que Söder é casado (com uma mulher) e tem quatro filhos.

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Gay é o ministro da Saúde, Jens Spahn, também filiado à União Democrata Cristã, um potencial futuro candidato à chefia de governo.

Spahn foi vaiado, xingado e até cuspido, de longe, quando tentou conversar com integrantes de uma manifestação contra o uso de máscaras, um movimento que está crescendo na Alemanha.

Diante da estupidez, subiu sua cotação.

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