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Por Vilma Gryzinski
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Mulher ideal: tão artificial que nem humana é. Para rir ou chorar?

Os avanços no campo da Inteligência Artificial assustam alguns gênios. Todo o resto da humanidade só quer saber dos robôs para uso sexual

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 22 set 2017, 16h37 - Publicado em 22 set 2017, 16h36

O que é mais apavorante: Kim Jong-Un ameaçando explodir uma bomba de hidrogênio no meio do Oceano Pacífico ou um bando de traficantes armados de fuzis tocando o terror à beira do Atlântico?

Quanto mais próximos estamos, evidentemente, maior é a sensação de perigo. Japoneses entram em pânico controladamente com o homem-foguete, moradores da Grande Rocinha, a cidade maravilhosa que hoje segue o estilo administrativo de Bibi Perigosa, tremem com os tiroteios.

Para um número pequeno, mas de altíssimo nível, de especialistas, o perigo infinitamente maior está chegando e não tem retorno: a guinada que acontecerá quando a velocidade acelerada das máquinas inteligentes ultrapassar o conjunto das capacidades humanas. Alguns até discutem se este momento, chamado singularidade, realmente já pode ter acontecido.

Para um número grande, e de nível duvidoso, do resto da humanidade o sinal mais evidente do que a Inteligência Artificial pode fazer é uma espécie de Kim Kardashian (ou Bibi Perigosa, para quem quiser customizar) sem carne nem osso.

Criados de uma costela tecnológica para dar prazer sexual e também levar uma conversinha aqui ou ali, provavelmente mais ali, os robôs (ou estaria na hora de começar a dizer as robôs) não têm nada daquelas máquinas abrutalhadas do tempo de Isaac Asimov.

E possivelmente dariam risada, chacoalhando a cabeleira que desce sobre os seios balísticos até chegar na cintura improvável, das ingênuas leis da robótica criadas pelo genial escritor de ficção científica.

Só para relembrar as leis criadas por Asimov: robôs não podem fazer mal a humanos ou permitir, por omissão, que isto aconteça; devem obedecer aos humanos, exceto se isso infringir o primeiro princípio; e devem proteger a própria existência, quando não for contraditório com o resto.

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BONECAS ESPERTAS

As andróides curvilíneas são capazes de fazer as próprias leis, pois podem aprender, talvez a definição mais elementar de inteligência. Quanto mais os “donos” conversarem com elas, maior o repertório das hiperbonecas.

“É bom para pessoas com dificuldade de relacionamento”, promove Matt McMullen, o criador de Harmony, que está pronta para entrar no mercado a partir de 12 mil dólares. E se se tornaram mais espertas dos que os “donos”, saberão disfarçar isso muito bem – sabe-se lá até quando.

“Ficar mais esperto” do que os humanos é basicamente o princípio do medo provocado pela Inteligência Artificial.

Vladimir Putin voltou a falar, em termos brutalmente explícitos, sobre isso. “Eles vão nos devorar?”, perguntou em visita à Yandex, gigante da Internet na Rússia. Ele já havia falado nas “oportunidades colossais” abertas pela Inteligência Artificial, misturadas a “ameaças difíceis de prever”.

Quando Putin fala, em público, sobre algo que vai mudar o futuro da humanidade é bom prestar atenção. Quem mais costuma fazer isso é Elon Musk, um dos mais conhecidos gênios da atual era de alta tecnologia e altíssimas oportunidades econômicas (SpaceX, Tesla e mais uma lista).

NOVA ERA

Se não tivesse 21 bilhões de dólares, Musk provavelmente seria considerado maluco. Ele tem falado seguidamente numa guerra mundial com destruição total em razão de decisões sem controle humano.

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Armamentos autônomos comandados pela Inteligência Artificial, operando numa “escala de tempo muito além da compreensão humana”, poderiam desencadear uma destruição jamais vista. Um dos motivos: se detectassem a possibilidade de “ganhar”, sem avaliar os custos humanos.

Stephen Hawking também tem um conhecido pendor apocalíptico. Descreve um futuro possível igualzinho a filmes de ficção científica: a Inteligência Artificial alcança um ponto em que “redesenha a si mesma numa velocidade cada vez maior e os humanos, limitados pela evolução biológica mais lenta, não podem competir”.

Como é próprio de alguém que dirige um Instituto do Futuro da Humanidade, em Oxford, o filósofo sueco Nick Bostrom também está bem ligado no assunto. Ele descreve as várias estratégias que a inteligência sobre-humana teria para dispensar a espécie tornada redundante, inclusive agentes patogênicos.

Seria então criada “uma sociedade de milagres econômicos e prodígios tecnológicos” – com o detalhe de que não haveria humanos por perto para desfrutar dessa nova era.

Talvez só Harmony ainda sobrevivesse, mesmo tendo se tornado uma relíquia dos primeiros tempos da Inteligência Artificial. Mas sem ninguém para apreciar os cabelos, os seios e a boca, todos artificiais, de Kim Kardashian. Não que a original seja lá muito autêntica.

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