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Por Vilma Gryzinski
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Mês das noivas, facas e bombas: May, Kim, Pippa, Kate. E Macron?

Maio vai ser um mês de roer as unhas e até algumas outras partes corporais no caso do ditador norte-coreano que não para de cavar o próprio buraco

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 1 Maio 2017, 16h11 - Publicado em 29 abr 2017, 08h34

Um resumo rápido do que está previsto no mês de maio e do que é possível prever a partir disso começa com as eleições para as câmaras municipais em parte da Grã-Bretanha. São  uma prévia do que será a eleição geral de 8 de junho, quando a primeira-ministra Theresa May deverá almoçar e jantar o Partido Trabalhista. Com um intervalozinho para o chá da tarde.

Entre uma eleição e outra, aumenta a probabilidade de atentados terroristas praticados por indivíduos ou pequenos grupos equipados com as armas com as quais conseguem fazer um terrível estrago: facas e carros.

Um terrorista com uma mochila cheia de facas foi interceptado perto de Westminster, alvo do atentado  de 26 de março, com seis mortos e 50 feridos. Há dois dias, policiais fizeram duas operações em Willesden, um daqueles bairros de Londres que parecem aldeiazinhas unificadas num grande labirinto.

Numa casa cercada pela polícia, uma mulher coberta da cabeça aos pés, como prescreve o islamismo fundamentalista, levou um tiro na região abdominal. “Não encostem no meu corpo”, gritava para os socorristas que precisaram cortar a burka para acessar o local do ferimento.

Really, dear. It ’s up to you. Não, não foi essa a resposta dos socorristas, que são muito profissionais para dizer uma coisa assim. Mas certamente passou pela cabeça de muita gente que vive em Londres e agora precisa se preocupar com a terrorista que mora ao lado.

NOIVA PATRICINHA

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Para aliviar o clima, e até incentivar ainda mais a economia, Pippa Middleton, a irmã da futura rainha consorte, Kate, vai se casar no dia 20. Finalmente, dizem os intrigantes que já estavam certos de um destino solteiro e infeliz para a irmã namoradeira que brotou aos olhos do mundo num vestido justinho como dama de honra no casamento de Kate e William.

O que cada uma delas vai usar será escrutinado até por tomografia, inclusive os detalhes anatômicos. Kate não pode nem quer ofuscar a irmã, mas também não vai pegar qualquer vestidinho que já tenha no armário.

Pippa provavelmente vai derrubar a Internet: Giles Deacon, um estilista capaz de modernizar espetacularmente o espírito das roupas da era vitoriana, deverá revolucionar o habitual ar de patricinha da noiva.

George e Charlotte estarão lindos como pajem e dama de honra. As primas esteticamente menos dotadas, Beatrice e Eugenie, deverão usar roupas que não caem bem. A festa será perfeita, pois é exatamente este o ramo de negócios da família Middleton.

Mas até as irmãs Middleton correm o risco de ser ensombrecidas pela nova estrela da família: Meghan Markle, a namorada de Harry que estreia num evento da “firma”, o nome informal da família real.

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A rigor, o casamento é uma cerimônia privada, sem nada a ver com a família real. Exceto, claro, pela conexão entre os milionários de classe média que criaram as filhas para ser rainhas e o pessoal de cabeça coroada de berço.

NAMORADA  MESTIÇA

O show business terá uma presença forte. Meghan Markle é americana, atriz de seriado de televisão – e filha de pai branco e mãe negra como não deixará de ser notado por motivos conhecidos.

James Middleton, irmão de Kate e Pippa, namora Donna Air, cantora, atriz e apresentadora. O futuro marido de Pippa, James Matthew, é certinho e milionário, mas um irmão dele, Stephen,  participou de um reality show e de todos os abusos associados a quem tem dinheiro demais, cheira demais e dá entrevistas demais.

Além da tensão pré-eleitoral e da praga criada pelo terrorismo nativo, Pippa também precisará de sorte para não ver o casamento arruinado pela escalada que está levando a um futuro politico abreviado para Kim Jong-un.

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Donald Trump já fez um acordo com a China para “dar um jeito” no norte-coreano abusado, que voltou a testar mísseis  micados. Um dos componentes importantes de uma solução não-bélica, como todos desejam, ou minimamente invasiva, caso não haja outra opção, é a eleição presidencial do dia 9 na Coreia do Sul.

O país está sob governo interino desde que a presidente Park Geun-hye perdeu o mandato, em processo aprovado de impeachment. Em vez de ir dar palestras em Harvard, em março ela foi para a cadeia, em prisão preventiva. As múltiplas acusações de corrupção podem redundar em pena de prisão perpétua.

Pelo lado positivo, ela definitivamente não terá chances de envergonhar seu país em Harvard. Aliás, nem seria convidada para isso: Park Geun-hye é de direita, na tradição criada por seu pai, que foi ditador e assassinado.

As pesquisas, que favoreciam Monn Jae-in, o candidato do partido de esquerda sempre mais inclinado à acomodação com a Coreia do Norte, deram uma reviravolta. Ahn Cheol-sun,  milionário dono de uma empresa de antivírus para computadores, passou à frente.

Talvez ele não esteja lendo o New York Times e é a favor do escudo antimísseis que os americanos estão instalando no país como proteção para um ataque norte-coreano. Talvez ele, e outros sul-coreanos, achem até que é melhor ter um escudo antimísseis, mesmo que sem 100% de garantia de sua capacidade de interceptação, do que nenhum escudo.

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LA ROTONDE

De todos os rebuliços de maio, um dos menos transformadores deve ser a reeleição do presidente do Irã, Hassan Rouhani, no dia 9. Isso, evidentemente, até que Donald Trump decida se e quando vai começar a rever o acordo nuclear com o Irã.

O segundo turno na França, no dia 7, também parece estar decidido. Exceto, evidentemente, pelo fato de que os eleitores ainda não foram às urnas. Segundo a pesquisa mais recente, a ampla margem de conforto de Emmanuel Macron diminuiu um pouquinho. De 65%, caiu para 59%. Marine Le Pen, no mesmo movimento, foi de 35% para 41%.

Independentemente de suas preferências, a maioria dos eleitores também não gostou do estilo “já ganhou” de Macron depois do primeiro turno. Especialmente por causa de um jantar comemorativo no La Rotonde, o restaurante de frutos do mar que não é lá essa maravilha toda para os padrões franceses.

De 32 personalidades da “categoria” formadores de opinião pelo jornal Le Parisien, 31 declararam voto em Macron. Uma, chef de cozinha, disse que vai votar em branco. O mais docemente descolado da realidade foi o veterano Marek Halter, escritor agora com 81 anos.

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“Vou votar em Macron porque com ele faremos uma revolução sem barricadas. Ele é o único a ter compreendido que os meios de produção mudaram. Ele traz ideias novas, quebra castas e clãs”, disse o sonhador renitente que aos quatro anos fugiu com a família de judeus poloneses para a França.

Menos zen, um eleitor do ultra-esquerdista Jean-Luc Mélenchon, citado pela Spectator, declarou: “No segundo turno, vou votar em Marine Le Pen e depois queimar meu título de eleitor.”

Tem gente que estará de cabeça quente nesse mês das noivas.

DESCULPAS: Em “Parabéns, América: Trump corta impostos e bomba economia”, existe um trecho flagrantemente errado: “Os cortes de impostos tiram 600 bilhões de dólares da economia”.  Em lugar de “economia”, que se imiscuiu insidiosamente na frase, a palavra pretendida era “arrecadação”. Obrigada a Clovis Lacerda por apontar a bobagem. Se ele der uma segunda chance a quem deixa passar erros idiotas como este, será uma honra.

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