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Hillary acossada, vaiada, acusada. E isso por sua própria turma

Auditoria negativa sobre o caso dos emails insufla o inferno astral que a candidata democrata enfrenta

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 5 dez 2016, 11h20 - Publicado em 25 Maio 2016, 14h49
Tudo contra: adversário democrata, inimigo republicano e relatório do governo pioram a vida de Hillary Clinton

Tudo contra: adversário democrata, inimigo republicano e relatório do governo pioram a vida de Hillary Clinton

Quando saiu do Departamento de Estado, Hillary Clinton deixou para trás muitos aliados, simpatizantes ou simplesmente funcionários aterrorizados o suficiente para nem piscar na direção dela. Nem assim conseguiu evitar que, com meias palavras e enorme atraso, uma auditoria interna concluísse que a ex-secretária de Estado e agora candidata a presidente descumpriu os regulamentos que exigem à preservação de todas as comunicações dos funcionários do governo.

Em outras palavras, como parecia óbvio desde que o caso veio à tona, era tudo verdade. Hillary criou, de maneira irregular ou ilegal, isso dependerá de futuras avaliações, seu próprio sistema para se comunicar por emails. O esquema incluía o infame servidor instalado no banheiro de uma casa dela.

Ao fazer isso, Hillary cometeu dois deslizes. Manteve em segredo informações que deveriam ser preservadas por quem de direito – o governo federal – e abriu a porteira para quem não devia, expondo dados sigilosos a hackers a serviço de governos estrangeiros ou trabalhando para si mesmos, como o motorista de táxi romeno que usava um pseudônimo instigante, Guccifer. Recentemente, ele foi extraditado para os Estados Unidos.

“A secretária Clinton deveria ter preservado todos os registros federais que criou ou recebeu na sua conta pessoal”, diz o relatório da auditoria. “No mínimo, a secretária Clinton deveria ter confiado todos os emails relacionados a assuntos do Departamento antes de deixar o governo e, ao não fazê-lo, não cumpriu as diretivas do Departamento que foram implementado de acordo com a Lei Federal de Transparência.”

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Em burocratês, significa uma grave pisada de bola. Já se sabia disso desde que Guccifer invadiu um dos assessores mais íntimos de Hillary. Depois que ela saiu do governo e o caso chegou ao Congresso, começou a devolver, com enorme má vontade, uma parte dos emails. Por considerá-las pessoais, Hillary deletou 32 mil mensagens, uma enormidade que só aumenta as suspeitas.

A auditoria do Departamento de Estado é separada da investigação do FBI, a polícia federal americana, a quem compete apurar se houve crime ou não. É pouco provável que o faça antes da eleição presidencial, em novembro.

Mesmo um relatório relativamente brando, como o da auditoria, pega Hillary num momento de imprevista vulnerabilidade. Em lugar de se concentrar no confronto com Donald Trump, ela se desgasta nos confrontos internos.

Bernie Sanders, o aspirante bem a sua esquerda no Partido Democrata, recusa-se a aceitar os obituários políticos escritos a imprensa simpática a Hillary. Os sanderistas infernizam a vida da candidata.

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Já jogaram dinheiro na comitiva em que ela ia para um caríssimo jantar de adesões na casa de George Clooney. Talvez por causa da maquiagem pesada, o ator nem enrubesceu quando disse que os manifestantes tinham razão. Uma das principais clintonistas do Senado, Barbara Boxer, foi impiedosamente vaiada pela turma de Sanders numa convenção em Nevada da qual Hillary deveria sair consagrada.

Ao apelidá-la de Hillary Trambiqueira – ele usa a palavra crooked, que também significa torto, corrompido -, Donald Trump é até menos agressivo que o pessoal de Sanders, que chama Hillary de mentirosa e vendida.

Trump e Sanders são representantes de uma curiosa revolução populista. O bilionário de direita, embora muito distante dos princípios basilares do pensamento liberal ou do conservador, e o velhinho stalinista que passou anos no Senado sem jamais tomar uma única iniciativa digna de nota encarnam um forte repúdio à política de “sempre”: os muito ricos entram com o dinheiro e os representantes do povos defendem seus interesses, acalmando a plebe com verbas públicas. No caso dos Estados Unidos, as migalhas naturalmente são gigantescas e pesam muito no endividamento gargantuesco.

A revelação do total apurado por Hillary em palestras desde que saiu do governo Obama – espantosos 22 milhões de dólares – não ajuda em nada na imagem de cria do establishment. Fazer o papel de vítima, perseguida por ser mulher, é uma tática que tampouco emplacou até agora. Hillary parece acuada ao deixar que Trump e, pior ainda, Sanders estabeleçam a pauta da campanha. Embora sem carisma, ela é boa de briga. Mas agora tem que ser ótima.

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