Dez pontos rápidos sobre terrorismo e eleição na França
É apressado tirar conclusões sobre os efeitos de um sobre a outra; mas também é insensato ignorar os últimos acontecimentos - e alguns outros antes deles
1. A polícia francesa tem tido uma atuação exemplar. As Forças Armadas também. Em Paris, estão presentes em toda parte, com armamentos impecáveis, controles de cano e de gatilho perfeitos e uniformes que parecem saídos de uma butique Dior. Só não podem controlar a quantidade de fichas S à solta.
2. Os fichados desse tipo já foram presos por atividades extremistas ou caíram nas redes de vigilância e escuta. “São 10 500 casos de de fichados por pertencer a movimentos islâmicos”, disse Manuel Vals quando era primeiro-ministro. Em 2015. O homem que atacou policiais na Champs Elysées era dessa turma.
3. Disse Michel Onfray, filósofo (em que outro país existe esta profissão), anarquista e outros “istas” numa entrevista ao Tribune de Genève, pouco antes do novo atentado terrorista, falando de Marine Le Pen: “Ela tem sido apontada elos meios de comunicação dominantes como fascista, nazista, pétainista, vichysta, antidemocrata. Se ela não tem comportamento republicano, que se prove isso, depois que ela e seu partido sejam interditados.”
4. Mais: “Se ela é o diabo e tem que ser confinada; ou, se não for confinada, não é o diabo, mas é muito útil aos liberais que podem assim dividir o poder”.
5. Onfray é um tipo amalucado e tem uma visão apocalíptica do mundo. Acha que estamos no fim da civilização judaico-cristã.
6. Pamela Anderson mandou um tuíte de apoio a Jean-Luc Mélenchon, o candidato da extrema-esquerda. Talvez seja a confirmação no fim da civilização judaico-cristã.
7. François Fillon, o candidato da direita tradicional, cancelou todos os compromissos de campanha até domingo, dia do primeiro turno.
8. Emmanuel Macron, o ex-azarão que se tornou favorito por parecer uma alternativa fora da política tradicional, conversou por telefone com o ex-presidente Barack Obama. Se o próximo for George Clooney, pode voltar a ser azarão.
9. O Estado islâmico “assumiu” o atentado de hoje.
10. Olhem para a foto acima. Pessoas comuns levantam os braços na posição de rendição. É preciso fazer isso para mostrar à polícia que não representam ameaça num momento em que outros terroristas à solta podem atacar. Já aconteceu em outros atentados. Os policiais estão certos e as pessoas que levantam os braços também. Mas por quanto tempo franceses e outros europeus estão dispostos a caminhar como ovelhas em posição de rendição?