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Por Vilma Gryzinski
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Bezos: bombadão e quase o mais rico do mundo; ou fora dele

A lista de desejos do dono da Amazon ultrapassa até o padrão de quem tem mais de 80 bilhões. Inclui derrubar Trump e viajar para o espaço

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 19 jul 2017, 08h24 - Publicado em 19 jul 2017, 08h22

É uma corrida como nunca existiu antes. Com mais apenas 3 bilhões de dólares e uns trocados, Jeff Bezos vai passar à frente de Bill Gates e se tornar o homem mais rico do mundo, batendo nos 90 bilhões.

A ultrapassagem pode acontecer a qualquer momento, dependendo da valorização das ações do seu amplo guarda-chuva de empresas, das quais a mais conhecida é a maior, a pioneira, a imbatível e quase monopolista Amazon, classicamente nascida na garagem  liberada pelo pai adotivo, Miguel Bezos, ao filho cheio de ideias.

Jeff Bezos começou vendendo livros físicos online. A piada, depois que apareceu num encontro de bilionários com praticamente um novo corpo, cheio de músculos trincados, é que pode vender qualquer porcaria que quiser.

A verdade, é que ele já faz isso: vende o que quiser e vende cada vez mais. Ele encostou em Bill Gates depois de comprar a rede de supermercados Whole Foods, de produtos orgânicos  mais caros, que pretende revolucionar com o que mais sabe fazer, entregar em casa.

Agora, está de olho em outro componente do negócio cada vez mais gigantesco de comida em domicílio, o Blue Apron.

Por causa da volubilidade do mercado de ações e dos novos investimentos, os bilionários do topo do mundo se alternam.

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ESTOURANDO A CAMISETA

Mas a lista sempre tem algumas constantes, como Warren Buffett (o mago dos investimentos), o espanhol Amancio Ortega (Zara e um longo etc do varejo), Mark Zuckerberg (Facebook, também estourando a camiseta cinza com novos músculos), Carlos Slim (telefonia, supermercados, e construção civil, tudo no México; nos Estados Unidos, uma fatia do New York Times, entre outras), Larry Ellison  (Oracle) e Charles Koch (de produtos químicos a papel higiênico, em sociedade com o irmão).

A peculiaridade de Bezos é que ele une os dois mundos representados nessa lista, o real e o virtual. A Amazon vende de tudo online, mas esse tudo sai de depósitos tão grandes que parecem cenas de um mundo pós-apocalíptico.

E também tem investimentos em negócios high tech  de espantoso sucesso, como o Google e a Airbnb, entre outras dezenas. E ainda tem a Blue Origin, de viagens espaciais. O que nos traz de volta ao visual bombadão que tornou o Bezos franzino e precocemente calvo do passado numa espécie de avatar bilionário de Vin Diesel.

Brad Stone, autor de um livro sobre Bezos e a Amazon, acredita que não é só a mistura de vaidade com espantosos projetos de longevidade, comuns entre outros bilionários da era high tech. “Acho que ele está fazendo treinamento para ser astronauta”, diz.

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Se Bezos , que está com 53 anos, quer ir realmente para o espaço ainda será revelado. Mas já se sabe que ele quer mandar um bocado de gente para lá. Há dias, ele ganhou o Prêmio de Inovação Buzz Aldrin e delineou seus planos: “Está na hora de voltarmos para a Lua”, disse, sob sorrisos do legendário astronauta da missão Apolo 11.

“Deveríamos fazer colônias permanentes nos polos da Lua, onde podemos conseguir água e energia solar. Com foguetes reutilizáveis, isso é sustentável. Podemos começar a fazer isso hoje mesmo.”

SENHORES DO UNIVERSO

Foguetes reutllizáveis estão justamente no foco da Blue Origin. As colônias na Lua seriam o ponto de partida para outros planetas do sistema solar.

Os novos senhores do Universo são loucos por projetos de viagens interplanetárias, diante da constatação do esgotamento de recursos do nosso lindo planeta azul.

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O escritor Tom Wolfe popularizou a expressão senhores, ou mestres, do Universo no livro A Fogueira das Vaidades, em referência aos ases do mercado financeiro, representado pelo nome da rua metonímica, Wall Street.

A era da alta tecnologia criou um novo tipo dominante, o dos rapazes de inteligência quase sobre-humana e enorme capacidade de perceber ou criar oportunidades comerciais . Todos inventaram negócios inexistentes, tão pioneiros que se tornaram monopólios pela própria inexistência de competição – e todos pretendem manter a situação exatamente assim.

Alguns espíritos mais céticos acreditam que muitos da imagem e dos projetos liberais irrigados por enormes quantidades de dinheiro pelos  bilionários da nova era obedecem mais a seus interesses próprios.

Muitos deles seguem, de fato, a parte menos simpática do manual de como ganhar mais dinheiro do que jamais se viu antes na história humana.

Incluindo regime de trabalho que os mais exaltados comparam a uma semi-servidão; fabricar tudo na China, no Vietnã ou onde quer que a mão de obra seja mais barata; importar profissionais qualificados para manter salários mais baixos nos Estados Unidos; usar recursos quase mágicos para evitar, legalmente, as cargas mais pesadas de impostos.

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SLOGAN JUVENIL

Qual a parte do autointeresse e qual a parte do desprendimento humanitário em Jeff Bezos?

Quando comprou o jornal Washington Post, em 2013, sem nem discutir o preço inicial de 250 milhões de dólares, Bezos se tornou automaticamente um player da alta política, uma posição que muitos bilionários desejam ter e não conseguem.

Com a campanha presidencial e seu resultado surpreendente, Bezos encontrou uma nova causa: derrubar Donald Trump.

Devido ao papel do Post nos furos de reportagem sobre o escândalo Watergate, que acabou levando Richard Nixon à renúncia para evitar o afastamento final pelo Senado, a campanha contra Trump muitas vezes força semelhanças inexistentes ou exageradas.

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Tal como o New York Times, com quem alterna a divulgação da constante tubulação de vazamentos na Casa Branca, o Post faz grandes reportagens e comete grandes erros jornalísticos.

Os dois jornais que referência  padrão mundial de jornalismo de alta qualidade mandaram os padrões às favas, uma guinada explicável pela violência do sentimento antitrumpista. O slogan pós-Bezos do Post parece campanha de divulgação de filme de fantasia: “A democracia morre nas trevas”. Em inglês, o efeito juvenil aumenta com a aliteração das palavras com D.

A história familiar de Bezos é conhecida: o pai biológico abandonou a família formada precomente, a mãe dele depois se casou com um imigrante cubano muito jovem chamado Miguel Bezos, que adotou o menino.

O nórdico sobrenome Jorgensen foi trocado e o pai original, equilibrista de circo, levou um susto quando um jornalista contou que o bilionário da Amazon era o filho que havia “esquecido”.

Morreu em 2015, sem conseguir contato sem o homem que está a poucos bilhões de se tornar o mais rico de um mundo que pretende transformar e replicar em outros planetas. Depois de derrubar Donald Trump. Façam suas apostas.

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