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Editor da Record acusa verdadeiro Eduardo Cunha: ‘Censura prévia’

Ex-deputado pede na Justiça uma indenização de 100.000 reais e que o livro de ficção ‘Diário da Cadeia’, que imagina sua estada na prisão, seja recolhido

Por Maria Carolina Maia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 mar 2017, 16h19

Associado à ala política da Record, em especial a livros de autores de direita, o editor Carlos Andreazza comprou sem ler o projeto de um romance que se passa pelo diário do ex-deputado Eduardo Cunha na prisão, e que leva a assinatura de um Cunha ficcional – um pseudônimo que protege o verdadeiro autor, ou autora, como uma hora deixou escapar Andreazza. Cunha, vale lembrar, vem se negando a fazer delação premiada, mas já falou em escrever um livro sobre a experiência de ter detonado o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Enquanto Andreazza comprou a proposta sem ler, Cunha, também sem ler, quer tirar o livro de circulação. O ex-deputado entrou com um processo em que pede que a obra, a partir deste fim de semana nas lojas, seja recolhida, e que a Record pague a ele uma indenização de 100.000 reais. “É um pedido de censura prévia”, diz o editor, que garante que Cunha poderia mudar de ideia de lesse o romance. “É uma sátira de gargalhar de rir. Acho que o Cunha vai se divertir.”

 

O verdadeiro Eduardo Cunha já leu Diário da Cadeia? Ele certamente não leu. O livro começa a chegar às lojas neste fim de semana, e com força a partir de segunda-feira. O processo foi aberto, portanto, antes da chegada do livro às livrarias. É um pedido de censura prévia. Exatamente aquilo a que o voto histórico da Carmen Lúcia foi contra, no caso das biografias. Nesse caso de agora, é ainda mais grave, é uma obra de ficção. Além de estar escrito “pseudônimo” na capa, dentro do livro há a informação de que se trata de uma obra ficcional. É uma afronta à expressão artística.

O que, no livro, pode irritar tanto o verdadeiro Eduardo Cunha? O romance defende que o impeachment foi golpe? Não. O Cunha do livro está muito convicto da importância de tirar a Dilma do poder. Ele acha que o Brasil poderia virar uma Venezuela. Acho que ele iria se divertir se lesse. É uma obra de ficção e uma sátira política de gargalhar de rir.

Você incentivou o autor a investir na sátira? Eu não interferi no livro. Só o estimulei a radicalizar ainda mais o tratamento da realidade. Isso é arte. E, olha, eu mesmo apareço no livro, e alguns dizem que estuo ridículo (risos). Dizem que sou tratado como o coxinha típico, de direita, a favor do impeachment. Eu não me considero um coxinha.

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Os erros de português do livro podem ser fonte de queixa? É preciso entender que o romance é um diário escrito a seco, no calor das emoções, sem revisões, e nessas condições a gente comete erros. Em um trecho, por exemplo, está escrito “cheque” quando devia ser “xeque”.

Por que contratou o projeto antes de ler o livro? Olha, você vai encontrar coisas semelhantes no mundo, mas um mergulho na realidade nacional como ele faz você não vai achar.

O que podemos saber sobre o verdadeiro autor? É um escritor com vários livros publicados.

Podemos enviar perguntas para ele? Sim, me passa que eu encaminho para ela.

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