Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Chimpanzé e orangotango também têm crise de meia-idade

Pesquisa sugere que queda no bem-estar tem razões evolutivas

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 16h25 - Publicado em 20 nov 2012, 07h55

A crise de meia idade é uma tendência bem conhecida entre os seres humanos. Diversas pesquisas que tentaram traçar uma curva de bem-estar ao longo da vida humana confirmaram que ela tem o formato de um U. Os pontos mais altos – os mais felizes – estão localizados na juventude e na velhice, com os mais baixos registrados na faixa que vai dos 45 aos 50 anos. Agora, uma pesquisa publicada nesta segunda-feira na revista PNAS mostra que essa queda de bem-estar é comum a outros primatas.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Evidence for a midlife crisis in great apes consistent with the U-shape in human well-being

Onde foi divulgada: revista PNAS

Quem fez: Alexander Weissa, James E. Kingc, Miho Inoue-Murayamad e Tetsuro Matsuzawae

Instituição: Universidade de Edimburgo, na Escócia

Continua após a publicidade

Dados de amostragem: 336 chimpanzés e 172 orangotangos

Resultado: Os pesquisadores pediram para que humanos avaliassem o bem-estar de grandes primatas que estivessem sob seus cuidados. Como resultado, descobriram que eles se mostravam mais satisfeitos durante a juventude e a velhice, e mais tristes no meio da vida – o mesmo padrão visto em seres humanos.

O estudo analisou o bem-estar de 336 chimpanzés e 172 orangotangos que viviam em zoológicos, centros de pesquisa e santuários ao redor do mundo. Os pesquisadores pediram para que tratadores, pesquisadores e outros humanos que conviviam com os animais avaliassem sua felicidade, conforto e saúde mental.

Para isso, eles adaptaram um questionário usado para medir o bem-estar humano. Os cuidadores deveriam responder se o animal apresentava mais momentos de bom humor em relação ao mau humor, se ele parecia sentir prazer em situações sociais e se tinha sucesso quando tentava alcançar seus objetivos. Por fim, os pesquisadores pediram para os avaliadores se colocarem no lugar do animal e responderem o quão felizes seriam se estivessem em sua pele por uma semana.

Como resultado, encontraram uma curva de bem-estar muito parecida com a humana. Nos chimpanzés, o ponto mais baixo da curva foi registrado entre os 27 e 28 anos, e entre os orangotangos aos 35 anos – idades comparativamente semelhantes à meia-idade para os homens.

Continua após a publicidade

Tempos de crise – Nas últimas duas décadas, foram realizadas diversas pesquisas em mais de 50 países para desenhar a curva de bem-estar ao longo da vida humana. A grande maioria delas, independentemente da nacionalidade, etnia, classe social e sexo dos grupos pesquisados, encontrou uma taxa menor de felicidade e conforto na meia-idade.

Até agora, a ciência não foi completamente capaz de explicar esse tipo de comportamento, mas diversas teorias foram formuladas. Uma delas, por exemplo, defende que é na meia-idade que as pessoas reconhecem que algumas aspirações são inatingíveis e, por fim, se conformam com isso. Outra teoria propõe que esse período de maior desconforto é justamente o de maior dificuldade financeira. O resultado da nova pesquisa sugere, no entanto, que existem razões evolutivas para a crise da meia-idade, que os humanos dividem com os outros grandes primatas. Os cientistas defendem que essa é uma linha de pesquisa essencial se quisermos diminuir a quantidade de sofrimento durante toda a vida humana.

Leia também:

Quase humanos

Hábito de cozinhar desenvolveu o cérebro humano

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.