Procuradores contrariam Janot em limite para força-tarefa
Associação Nacional dos Procuradores da República apoia limite ao deslocamento de investigadores para forças-tarefas como a da Lava-Jato
O clima já foi melhor para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na cozinha do Ministério Público Federal. A Associação Nacional dos Procuradores da República aprovou num congresso técnico em Belo Horizonte (MG) apoio à proposta que limita a possibilidade de deslocamento de procuradores de uma mesma unidade para integrar forças-tarefas como a da Operação Lava-Jato. Foram 27 votos favoráveis, 9 contrários e 4 abstenções. A restrição, na prática, impede que a chefia do MPF remova mais que 10% dos procuradores de um local para tais grupos, o que poderia impactar até mesmo as investigações em Curitiba. A criação da força-tarefa paranaense foi uma das receitas da Lava-Jato. Janot era manifestamente contrário ao tema e conseguiu nesta semana postergar uma votação definitiva sobre tal limitação no Conselho Superior do MPF. Às vésperas de sua sucessão, Janot acabou de sofrer uma afronta pública na entidade que representa seus pares. “A categoria está descontente porque percebeu que Janot tem um projeto de poder pelo poder”, comentou um procurador.