Por causa de greve geral, Moro adia audiência em ação contra Lula
Juiz da Operação Lava Jato decide transferir depoimentos de Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, e de Agenor Franklin, ligado à construtora OAS
A greve geral prevista para todo o país na próxima sexta-feira já teve impacto na Operação Lava Jato: em razão do movimento, ao qual aderiram várias categorias profissionais, o juiz federal Sergio Moro decidiu nesta quarta-feira adiar os depoimentos do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e do executivo Agenor Franklin, ligado à construtora OAS. As audiências, que ocorreriam na sexta-feira, e, Curitiba, foram transferidas para 4 de maio, às 14h.
O movimento grevista já teve a adesão de categorias profissionais importantes. Convocado pelas centrais sindicais e apoiada por vários grupos de esquerda, como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) e a CMP (Central de Movimentos Populares), o protesto visa impedir a aprovação das reformas trabalhista e da Previdência, ambas propostas pelo presidente Michel Temer (PMDB).
O processo em que Okamotto iria depor é o mesmo em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é réu: o que apura se o petista se beneficiou de propina da OAS, derivada do esquema de corrupção na Petrobras, por meio do repasse pela construtora de um apartamento triplex, no Guarujá, e da compra e um terreno para o Instituto Lula. Tanto Okamotto, que também é réu, quanto Lula negam a acusação.