Mesmo absolvido por Moro, Okamotto vai recorrer ao TRF4
Presidente do Instituto Lula quer que absolvição seja justificada por falta de crime, e não por falta de provas, como decidiu o juiz federal
Embora absolvido pelo juiz federal Sergio Moro no processo que terminou com a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Paulo Okamotto está inconformado com a sentença. Os advogados do presidente do Instituto Lula informaram ao magistrado nesta terça-feira que recorrerão da decisão dele no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), ao qual pedirão que a absolvição seja justificada por não haver crime nos fatos descritos na denúncia do Ministério Público Federal – e não por falta de provas dos delitos, como determinou Moro.
O juiz federal entendeu que não houve pagamento de propina a Okamotto e Lula, tampouco lavagem de dinheiro, no armazenamento do acervo presidencial do petista em uma empresa de transportes em São Paulo, bancado pela empreiteira OAS por 1,3 milhão de reais. O ex-presidente também foi absolvido nesta parte do processo, mas acabou condenado a 9 anos e meio de prisão no caso envolvendo a reserva e a reforma de um tríplex no Guarujá pela OAS.
No mesmo documento em que anunciam a apelação, os advogados de Paulo Okamotto criticam o trecho da sentença em que Sergio Moro escreveu que o absolvia “apesar do comportamento inadequado do defensor”. “Tal manifestação descortina a parcialidade manifesta daquele que não admite a contraposição. A frase é psicanaliticamente sintomática e revela que o juízo se comporta como parte e se ofende com razões técnicas”, ironizam os defensores.